Perspectiva Global Reportagens Humanas

Timor ainda tem desafios de direitos humanos, diz ONU BR

Timor ainda tem desafios de direitos humanos, diz ONU

Relatório, da Missão da ONU no país, sugere que país obteve ganhos, mas ainda há áreas de preocupação.

Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.

Um relatório da Missão Integrada da Nações Unidas no Timor-Leste, Unmit, revela que o país está registrando progressos sobre direitos humanos em áreas-chave, mas ainda precisa alcançar vários avanços.

Num estudo, divulgado nesta quinta-feira, em Díli, capital do Timor, a Unmit afirma que os ataques de 11 de fevereiro contra o presidente e o primeiro-ministro timorenses foram um desafio importante para a segurança do país asiático.

Direitos Humanos

Segundo o relatório da ONU, o aumento no número de casos de maus-tratos por parte de forças de segurança, durante o estado de exceção no país, é um das preocupações na área de direitos humanos.

A Unmit informou que não foi aplicado o procedimento jurídico adequado a relatos de ameaças de morte e prisões, registradas no país.

A Missão da ONU também mencionou o relatório final sobre a Comissão de Verdade e Amizade, apresentado em 15 de julho.

Pela Unmit, apesar do reconhecimento de violações dos direitos humanos ocorridas nos confrontos entre o Timor-Leste e a Indonésia, os avanços para prestação de contas de crimes cometidos durante os conflitos internos, no Timor em 2006, ainda são lentos.

Superar Diferenças

Nesta entrevista à Rádio ONU, em Nova York, antes da divulgação do relatório, o ministro das Relações Exteriores do Timor-Leste, Zacarias Albano da Costa, disse que os dois países decidiram superar as diferenças.

“Nós costumamos dizer que não podemos escolher nossos vizinhos. Parece-me que temos que viver bem, pois partilhamos uma fronteira em comum, um passado e laços culturais comuns. E foi isso o que aconteceu, todas as lideranças juntas da Indonésia e do Timor-Leste encontraram uma forma de poder lidar com este capítulo mais violento e mais sangrento das nossa História”, afirmou.

O relatório da ONU foi o segundo a ser produzido pela Unmit sobre a situação dos direitos humanos no país. O documento contém uma lista de recomendações sobre a situações nos setores de segurança e justiça.