ONU apoia fim dos subsídios a combustíveis fósseis
Relatório sugere que medida beneficiará economia global e ajudará a reduzir efeito estufa; Moçambique está entre seis países que registaram aumento no número de projectos com energia limpa.
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, informou que o fim dos subsídios à compra de combustíveis fósseis poderá desempenhar um papel importante na redução das emissões de gases que provocam o efeito de estufa.
De acordo com o Pnuma, o número de projectos de energia limpa aumentou em seis países africanos incluindo Moçambique.
Segundo um relatório da agência, o fim destes subsídios poderá inclusivamente beneficiar a economia global.
Subsídios
De acordo com o director-executivo do Pnuma, Achim Steiner, a introdução de subsídios a combustíveis fósseis deve-se a razões políticas. Para Steiner, esta situação perpetua as ineficácias da economia global.
Dados da ONU indicam que todos os anos em termos globais, cerca US$ 300 mil milhões, o equivalente a 0,7% do Produto Interno Bruto mundial, é gasto em subsídios de energia.
O relatório afirma que o cancelamento dos subsídios pode reduzir as emissões de gases nocivos até 6% por ano.
Benefícios
O documento reconhece contudo que alguns subsídios podem gerar benefícios sociais, económicos e ambientais.
Num desenvolvimento separado, o Pnuma afirma que África está a beneficiar das iniciativas associadas ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, CDM.
Este mecanismo faz parte do Protocolo de Kyoto aprovado em 1997 o qual permite aos países desenvolvidos compensarem as suas emissões de gases através do financiamento de projectos de energia limpa nos países em desenvolvimento.
De acordo com o Pnuma, China, Brasil e Índia são os países que até ao momento mais têm beneficiado com este mecanismo.