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Acordo no Zimbabué é passo em frente, diz ONU

Acordo no Zimbabué é passo em frente, diz ONU

Porta-voz de Ban Ki-moon respondeu a jornalista sobre anúncio de conversações entre oposição e governo no país feito na África do Sul.

Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.*

A porta-voz de Ban Ki-moon, Michele Montas (foto), disse que o anúncio de um acordo entre a oposição e o governo do Zimbabué é um passo em frente na resolução da crise.

Segundo agências de notícias, a oposição, liderada por Morgan Tsvangirai, e o governo de Robert Mugabe, concordaram em iniciar conversações sobre a crise gerada pelas eleições presidenciais, de 27 de junho. O anúncio foi feito em Pretória na África do Sul.

África do Sul

Montas respondeu à pergunta de um jornalista, na sede da ONU, em Nova York.

Segundo a porta-voz de Ban Ki-moon, a ONU tem um papel de apoio nas negociações que são lideradas pela África do Sul. Segundo ela, ainda não se sabe como o acordo será desenvolvido mas segundo a porta-voz, o anúncio é prova de progressos na situação.

O secretário-geral assistente de Assuntos Políticos da ONU, Haile Menkerios, já regressou a Nova York após participar na reunião em Pretória, liderada pelo presidente sul-africano, Thabo Mbeki, durante o fim de semana.

A ONU concordou em fazer parte de um grupo de referência sobre o Zimbabué como parte do processo de mediação para facilitar as negociações.

Segundo Turno

Mugabe foi reeleito presidente do Zimbabué, em 27 de junho, após concorrer sozinho na segunda volta. A saída de Tsvangirai da corrida foi explicada pelos índices de intimidação, violência e assassinatos dos seus simpatizantes.

Uma das integrantes da equipa de Menkerios, a analista-sénior de Política das Nações Unidas, Valerie de Campos Mello, disse à Rádio ONU, antes do encontro, que a crise política pode agravar ainda mais a situação económica do Zimbabué.

Instituições

“A inflação no Zimbábue atingiu 10 milhões percentuais ao ano. Não há dinheiro em circulação, há uma falta de alimentos, de serviços básicos, muitas instituições já não funcionam. Há uma paralisia muito grande das instituições políticas e da sua economia”, disse.

No último dia 11, o Conselho de Segurança votou um projecto de resolução, apresentado pelos Estados Unidos, com sanções ao governo de Robert Mugabe. O texto não foi aprovado após ser vetado pela China e Rússia.

Apresentação*: João Duarte, Rádio ONU em Nova York.