Nações Unidas apuram mortes de presos na RD Congo
Equipe revela preocupações com situação de detidos; missão da ONU, Monuc, diz que pouco foi feito pelas autoridades apesar do número de vítimas fatais.
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.*
Funcionários de direitos humanos da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monuc, expressaram preocupação sobre as condições de vida na prisão Mbuji Mayi, onde pelo menos 26 prisioneiros morreram devido a má-nutrição aguda desde Fevereiro.
Segundo a Monuc, muito pouco teria sido feito pelas autoridades apesar do número de vítimas fatais.
Estado Crítico
As declarações surgiram após uma visita de uma equipa da ONU ao estabelecimento prisional situado na província de Kasai Oriental.
Funcionários da Monuc visitaram a prisão e constataram que mais de 20 prisioneiros estão em estado crítico.
No mais recente incidente, quatro prisioneiros morreram de fome elevando o total de mortos para 10 num mês.
A prisão abriga 425 prisioneiros num espaço inicialmente concebido para 200.
Preocupação
A Monuc expressou as suas preocupações às autoridades provinciais notando que entre as vítimas conta-se um número elevado de réus, presumidos inocentes, que não foram julgados devido à lentidão do processo legal.
As declarações foram feitas pelo funcionário de direitos humanos da Monuc, Assiongbon Tettekpoe.
A missão sublinhou que cabe às autoridades congolesas a responsabilidade por assegurar condições de detenção razoáveis para os detidos em todo o país.
A Monuc propôs um programa específico de alimentação e cuidados de saúde para os prisioneiros. De momento a Monuc fornece um carregamento semanal de água potável.