Ministra Nilcéa Freire debate feminização da Aids
Chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (foto) fala à Assembléia Geral sobre conquistas do Brasil na prevenção.
Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.
A ministra Nilcéa Freire deve discursar nesta terça-feira na Assembléia Geral da ONU, em Nova York, sobre os planos do Brasil para combater a feminização da Aids.
Segundo a chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o lançamento do Plano de Ação Integrada, em 2006, tem ajudado a coordenar iniciativas de prevenção ao HIV.
Coincidência
Nesta entrevista exclusiva à Rádio ONU, a ministra diz que uma das causas da feminização da Aids é a desigualdade social.
“Ela é um fenômeno mundial. Se nós superpusermos o mapa da desigualdade de gênero e o mapa da feminização da Aids, nós vamos perceber que há uma grande coincidência. A feminização da Aids tem muito a ver com a desigualdade de poder entre homens e mulheres, com a dificuldade das mulheres de negociar sexo seguro com seus parceiros, o uso do preservativo. E a desigualdade do ponto de vista do acesso a insumos e serviços devido a situação de vulnerabilidade social das mulheres maior pobreza e maior marginalização”, disse.
Obstáculos
De acordo com a ministra Nilcéa Freire, um dos maiores obstáculos a distribuição dos preservativos femininos ainda é o preço, quase 10 vezes mais alto que o do preservativo masculino.
“Uma unidade do preservativo feminino. Nós estamos comprando, como governo, a US$ 79 centavos, ou seja, quase US$ 1 dólar cada preservativo. O que significa que para atingirmos a meta que nos propusemos, de comprar até 2010, 10 milhões de preservativos femininos, o que significa em torno de R$ 15 a 16 milhões só de preservativos femininos”, disse.
O debate de alto nível na Assembléia Geral termina nesta quarta-feira e conta com a participação de ministros e chefes de Estado e governo além de representantes da sociedade civil.