Número de refugiados no mundo sobe mais de 10% (Português para o Brasil)

Pesquisa, divulgada pela ONU, sugere que aumento ocorre pelo segundo ano consecutivo após tendência de queda registrada até 2005.

Iara Luchiari, Rádio ONU em Nova York*.

Um estudo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, revela que o número de refugiados no mundo subiu para 11,4 milhões entre 2006 e 2007.

O aumento representa mais de 10% do total de 9,9 milhões registrados no ano anterior.

150 países

De acordo com o relatório “Tendências Globais 2007”, entre os deslocados internos, o crescimento foi ainda maior passando de 20 milhões para quase 24,5 milhões no mesmo período.

A pesquisa foi realizada em 150 países. O alto comissário da ONU para Refugiados, António Guterres, disse que o mundo enfrenta hoje uma situação de desafio que pode levar a mais deslocamentos forçados de pessoas.

O porta-voz do Acnur, William Spindler, disse à Rádio ONU, de Genebra, que o motivo do aumento é a questão do Iraque.

Violência

“No ano passado, mais 800 mil iraquianos foram forçados a abandonar o seu país por causa da situação. Esta é a maior proporção e contribuiu para o aumento no número de refugiados no ano passado”, disse.

Segundo Spindler, a razão para que muitos iraquianos deixem suas casas é variada.

“A condição continua sendo instável e também caracterizada por uma situação de violência generalizada. Nestas condições, as pessoas continuam a fugir do país por causa da insegurança e também por causa de transtornos econômicos e falta de serviços e alimentos médicos, eletricidade. Todas estas causas contribuem a ser uma situação que não permite o restabelecimento da situação normal no país”, disse.

Estados Unidos

O relatório aponta que quase metade dos refugiados sob a proteção do Acnur são afegãos e iraquianos. Os colombianos formam o terceiro maior grupo, seguidos dos sudaneses e somalis.

Entre os países de refúgio estão Paquistão, Síria, Alemanha e Jordânia.

Os Estados Unidos são o pais que mais recebeu refugiados no ano passado, abrigando 48 mil pessoas seguido por Canadá, Austrália, Suécia, Noruega e Nova Zelândia.

Apresentação*: Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.