Perspectiva Global Reportagens Humanas

Ban discute crise no Zimbabué com presidente angolano

Ban discute crise no Zimbabué com presidente angolano

Secretário-Geral (foto) diz que ligou para José Eduardo dos Santos para discutir impasse; Ban afirma que é preciso mais diálogo.

Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas afirmaram que a realização do segundo turno das eleições presidenciais no Zimbabué debaixo do actual clima de violência, deverá levantar dúvidas sérias sobre a legitimidade do pleito.

A afirmação é do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.

Resolução

Numa entrevista a jornalistas, na sede da ONU, Ban disse que está em contacto com líderes africanos para chegar a uma resolução pacífica para a crise.

Na quinta-feira, ele ligou para o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, para discutir o assunto.

O candidato do Movimento por Mudança Democrática, da oposição, Morgan Tsvangirai, desistiu de concorrer à segunda volta por causa dos actos de violência contra os seus simpatizantes.

Segundo Tsvangirai, membros da oposição estariam a ser alvo de intimidação, agressões e mesmo assassinatos. No entanto, o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, disse que a votação será realizada sem impedimentos.

Dois Partidos

A analista-sénior de Política das Nações Unidas, Valerie de Campos Mello, que esteve no Zimbabué, falou à Rádio ONU sobre a violência no país.

“O clima de intimidação leva à conclusão de que não existem condições para um processo eleitoral credível. O partido do governo Zanu-FP realmente controla o exército, a polícia, todas as instituições do estado e não é possível uma transição política brusca. A transição política precisa de ser feita de maneira equilibrada, pensando no futuro comum do povo do Zimbabué e nisso as duas partes devem-se engajar”, disse.

União Africana

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o governo de Mugabe não criou condições livres e justas para as eleições e que por isso a 2ª volta deveria ser cancelada.

Ban afirmou que a ONU apoia, inteiramente, a decisão da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral, Sadc, e da União Africana de adiar a votação.

Apresentação*: João Duarte, Rádio ONU em Nova York.