Relator quer informações sobre mortes de civis
Philip Alston (foto) concluiu visita aos Estados Unidos pedindo que país publique detalhes sobre vítimas fatais em operações no Iraque e Afeganistão.
Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.
O relator especial das Nações Unidas sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias e Arbitrárias, Philip Alston, disse que os Estados Unidos precisam tomar medidas para combater mortes ilegais.
Alston falou a jornalistas na sede da ONU após encerrar uma visita de duas semanas ao país.
Sistema Militar
Ele se reuniu com autoridades e organizações civis na capital americana, Washington, em Nova York e nos estados do Texas e de Alabama.
Em seu discurso, ele pediu ao governo americano que também publique informações sobre mortes de civis, durante operações americanas, no Iraque e no Afeganistão.
Segundo Alston, a medida ajudará cidadãos americanos, mas também afegãos e iraquianos, a acompanhar o trabalho do sistema militar de justiça.
Philip Alston, que no ano passado visitou o Brasil em missão semelhante, criticou o governo do Texas por falhar em revisar casos de penas de morte para acusados estrangeiros.
Racismo
Ele afirmou que o estado americano tem o maior número de pessoas condendas à morte e esperando execução.
Já o estado do Alabama, também no sul do país, concentrao o maior número de execuções per capita nos Estados Unidos.
Alston afirmou que uma grande quantidade de pessoas, dentro e fora do governo, reconhece que os programas existentes para fornecer defesa gratuita a presos nos estados de Alabama e do Texas são insuficientes.
O relator da ONU também afirmou que existe uma associação entre racismo e pena de morte no país.
Pena de Morte
Segundo ele, vários estudos em todos os Estados Unidos sugerem que o acusado tem mais chance de receber a pena de morte se a vítima for branca.
Já outras pesquisas revelam que a pena de morte tem maior probabilidade de ser aplicada contra acusados de origem afro-americana.