AL registra recorde de investimentos
Segundo informe da Cepal, região recebeu US$ 106 bilhões em 2007; Brasil lidera lista seguido por México e Chile.
Mônica Villela Grayley, Rádio ONU em Nova York.
Um informe da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, Cepal, revela que os investimentos externos na região bateram o recorde em 2007.
Segundo o estudo, “Investimento Estrangeiro na América Latina e no Caribe 2007”, os investidores injetaram US$ 106 bilhões, o equivalente a R$ 180 bilhões, nas economias latino-americanas e caribenhas.
Brasil lidera
De acordo com o informe, divulgado em Santiago do Chile, o Brasil lidera a lista com US$ 34,5 bilhões seguido por México, Chile e Colômbia.
Segundo a Cepal, a boa performance se deve ao crescimento econômico da região e à demanda por recursos naturais.
Numa entrevista para marcar os 60 anos da Cepal, e antes da divulgação do informe, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse à Rádio ONU, que os países latino-americanos devem continuar aprofundando as reformas para fortalecer suas economias.
Reformas
“Eu acho que não podemos dormir em berço esplêndido. Temos que tomar sempre as medidas necessárias, e em velocidade, para alcançar patamares mais sustentáveis de crescimento que nos assegurem uma posição de solidez no mundo. Muita coisa poderia ser feita nas áreas da regulação e da infra-estrutura. Abrir mais as possibilidades de parcerias públicas e privadas nessas áreas. Questões relativas ao peso do déficit da previdência, que nós poderíamos ter melhorado enquanto a economia estava mais favorável e não o fizemos o suficientemente. Ainda é favorável este ano. O ano que vem eu já tenho mais dúvidas”, disse.
Entre os maiores investidores em 2007, na América Latina e no Caribe, estão Estados Unidos, Holanda e Espanha.
Telecomunicações
O informe da Cepal abrange investimentos diretos e de empresas transnacionais, a indústria da tecnologia da informação e de telecomunicações.
Antes da divulgação do informe, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, disse que o crescimento da América Latina, nos últimos 10 anos, tem sido o mais vigoroso desde 1970.
Mas segundo ele, a diminuição das desigualdades sociais é essencial para atingir o crescimento sustentável na região.