FAO sugere que preço dos grãos continuará alto
Relatório de agência da ONU indica que o aumento médio dos custos em países pobres será de 56% contra, 37% registados entre 2006-2007.
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.
Um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, sugere que o preço de alimentos básicos nos países em desenvolvimento deve continuar alto este ano.
O documento, divulgado em Roma, esta sexta-feira, indica que o aumento médio no preço dos grãos deve ser de 56% contra 37%, registados entre 2006 e o ano passado.
Restrições
De acordo com o relatório, os alimentos mais afectados são arroz, milho e trigo.
O caso mais grave é o do preço do arroz que disparou após a imposição de restrições pelos principais países exportadores do produto.
Antes da publicação do relatório, o chefe do Programa Mundial de Projectos da FAO, Roberto Mercado, disse à Rádio ONU, de Roma, que o caso do arroz é grave.
“A situação global nos últimos meses, semanas, dias piorou notavelmente, em particular depois das acções tomadas a semana passada pela Índia e a Malásia de não exportarem arroz. Isto provocou um aumento brutal do preço do arroz da noite para o dia”, disse.
Segundo alguns países exportadores, a decisão de suspender a venda de arroz deveu-se à alta procura interna.
Para tratar da questão, a FAO lançou a Iniciativa Contra o Aumento nos Preços de Alimentos para dar assistência técnica e política aos países afectados.
Aumento
O objetivo da iniciativa é ajudar fazendeiros locais a aumentarem as suas produções.
De acordo com a FAO, Moçambique, Senegal e a Mauritânia são alguns países que devem beneficiar desta iniciativa.
O Programa Mundial de Alimentos, PAM, informou que protestos contra a alta no preço dos alimentos têm ocorrido em alguns países. Na semana passada, pelo menos cinco pessoas morreram no Haiti após manifestações e saques contra armazéns no sul do país e na capital Porto Príncipe.