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Direito dos mares é tema de reunião em Nova York

Direito dos mares é tema de reunião em Nova York

Comissão de Limite da Plataforma Continental debateu descobertas de reservas de petróleo e gás em vários países incluindo o Brasil.

João Duarte, Rádio ONU em Nova York.

Especialistas em Direito Marítimo encerraram na sede da ONU a 21ª. sessão da Comissão de Limite da Plataforma Continental.

A comissão, criada com base na Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, observa o uso pelos países de todos os mares e oceanos do mundo.

200 milhas

De acordo com o tratado, cada país tem soberania sobre os limites da área de mar que não pode exceder 12 milhas.

Já a zona económica exclusiva pode estender-se até às 200 milhas.

Mas de acordo com o presidente da comissão, o hidrógrafo brasileiro, Alexandre Albuquerque, o que parece claro no papel nem sempre se traduz para a prática. Um exemplo são as actividades de pesca entre os países.

Entendimento

“Qualquer actividade de pesca até ao limite das 200 milhas poderá ser realizada por outros países mediante prévio entendimento com o governo brasileiro. Outras actividades, como por exemplo, a prospecção de petróleo devem ser realizadas sob a inspeção da Petrobras, que estabelece normas por companhias que pretendem exercer actividades na zona económica exclusiva brasileira”, disse.

Albuquerque lembrou que a descoberta de recursos minerais do solo e subsolo marinhos devem causar mais procura, por parte de países, para assegurar o controle de jurisdição previsto na Convenção do Mar.

Distâncias Maiores

Segundo ele, as reservas de petróleo e de gás natural são um dos pontos mais mencionados neste debate.

“Estas reservas tanto de óleo quanto de gás estão sendo encontradas pela Petrobras, cada vez a distâncias maiores da costa. De modo que não será surpresa, se no futuro próximo, a Petrobras venha a explorar petróleo e gás de altas profundidades e a distâncias superiores de 200 milhas da costa. Daí a importância do Brasil conseguir para ele, o exercício da jurisdição para áreas além das 200 milhas”, afirma.

A Comissão conta com 21 membros, que não representam seus países, mas são peritos independentes. Eles são eleitos por um período de cinco anos. De momento a comissão conta com especialistas do Brasil, de Portugal, da Argentina e da China.