OMS elogia luta contra HIV-Sida em Moçambique
Segundo o governo de Moçambique a fábrica de anti-retrovirais começará a produzir ainda este ano.
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas elogiaram os esforços do governo moçambicano no combate ao HIV-Sida.
Segundo as autoridades, em breve o país começará a produzir os seus próprios medicamentos anti-retrovirais.
A fábrica onde terá lugar a produção de anti-retrovirais foi construída com apoio do governo brasileiro e tudo indica que está em fase de conclusão.
Leia o boletim de Arão Dava, da Rádio ONU, em Maputo
“A Organização Mundial da Saúde, OMS, afirma que o governo Moçambicano está a fazer os possíveis para expandir o acesso a medicamentos anti-retrovirais no país.
De acordo com a oficial de programas da OMS, Sandra Muchanga, nos últimos dois anos Moçambique registou uma expansão acelerada da disponibilização do tratamento anti-retroviral.
Sandra Muchanga afirmou que esta expansão está agora a ser comprometida pelo número limitado de pessoal da saúde mas a OMS está a apoiar o executivo no seu esforço de aumento da capacidade de resposta.
“Nós temos um factor limitador que é o número de pessoal de saúde qualificado para providenciar tratamento anti-retroviral e está-se a discutir a possibilidade de treinar enfermeiras para providenciar esse tratamento anti-retroviral”, disse.
Das pouco mais de trezentas mil pessoas que necessitam de tratamento urgente apenas cerca de noventa mil tem acesso aos medicamentos.
No quadro dos esforços visando aumentar o tratamento com anti-retrovirais, o ministro da saúde, Ivo Garrido, garantiu que até ao final deste ano, o país contará com uma fábrica para a produção de anti-retrovirais.
A construção da referida fábrica resulta de uma parceria entre os governos de Moçambique e do Brasil.
De acordo com Ivo Garrido, a fábrica terá capacidade para responder às necessidades internas havendo possibilidades de se exportar o medicamento para a região.
O ministro fez saber que a infra-estrutura física para funcionamento da fábrica já está preparada estando neste momento a decorrer o investimento no equipamento.
“Os técnicos já cá estiveram, estão a discutir o tipo de equipamento, já há ideias sobre o tipo de equipamento e espera-se que de acordo com o financiamento, senão em finais deste ano, em princípios do próximo, já possamos estar a produzir os comprimidos”, afirmou.
Um estudo divulgado pelo governo em finais do ano passado estimava em 23 milhões de dólares norte-americanos a implantação da fábrica em Moçambique.
O mesmo estudo apresentava um total de 144 opções para a produção de anti-retrovirais, além de outros medicamentos para o combate à malária e tuberculose.
Os dados mais recentes sobre a seroprevalência em Moçambique indicam que um em cada seis moçambicanos está infectado pelo vírus que provoca a SIDA.”
Estimativas do governo apontam para mais de três milhões o número de pessoas infectadas pela doença.
O país regista diariamente quinhentas novas infecções e algumas das regiões do país apresentam um nível de seroprevalência acima dos 25%.