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Relatório pede rigor contra usuários de drogas famosos BR

Relatório pede rigor contra usuários de drogas famosos

Apelo faz parte do estudo do Conselho Internacional de Controle de Narcóticos 2007, divulgado em Viena, na Áustria.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um relatório do Conselho Diretor Internacional de Controle de Narcóticos, divulgado em Viena, pediu a governos e autoridades de todo o mundo menos complacência com pessoas famosas, que cometem crimes relacionados ao uso de drogas.

O estudo foi publicado nesta quarta-feira pelo presidente do conselho, Philip Emafo.

De acordo com o representante do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime no Brasil, Giovanni Quaglia, muitos jovens lançam mão do tóxico por mera questão de imitação.

"Isto também reflete no modelo que o jovem tem. Se este modelo pode usar drogas e nada passa com eles, também eu vou fazer o mesmo. O perigo está nisto, na questão de valores e de seguir modelos de pessoas famosas", disse.

No Brasil, o relatório menciona os dados do governo de um aumento de cerca de 30% no uso de cocaína entre 2001 e 2006. A prevalência anual pulou de acima de 0,4 para 0,7 por 100 habitantes.

Mas segundo Quaglia, uma outra preocupação é o aumento no consumo de drogas sintéticas como o ecstasy.

"Estamos falando dos últimos dois, três anos e com base nas apreensões que a Polícia Federal e as outras polícias no Brasil têm feito. O que indica que também há um aumento da disponibilidade de drogas sintéticas no país", disse.

Narcotraficantes

O relatório ressalta que vários governos estão dedicando muita atenção aos consumidores e pequenos traficantes, e deixando de combater, com a mesma intensidade, grandes grupos de narcotraficantes.

África

De acordo com o estudo, houve aumento de utilização de drogas na África Ocidental, incluindo os países de língua portuguesa Guiné-Bissau e Cabo Verde. Segundo o documento, os dois seriam áreas de trânsito de drogas da América Latina para a Europa.

De acordo com o Conselho Diretivo Internacional de Controle dos Narcóticos, a produção de ópio no Afeganistão pode ter contribuído para o aumento do consumo de drogas na Ásia e em nível global.

Segundo as Nações Unidas, o Afeganistão produz mais de 90% do ópio consumido em nível mundial.