Embargo de armas a rebeldes na RD Congo renovado
ONU adoptou resolução que proíbe países de vender ou transferir armas, directa ou indirectamente, a grupos rebeldes no país africano.
João Duarte, Rádio ONU em Nova York.
O Conselho de Segurança da ONU adoptou, esta segunda-feira, uma resolução que proíbe países de fornecerem, através de venda ou transferência, armas a milícias na República Democrática do Congo.
O mandato, imposto em 2003, foi prolongado até ao final do ano.
A informação é da porta-voz de Ban Ki-moon, Michele Montas.
Atividades Militares
Montas disse que a resolução foi adoptada, por unanimidade, para renovar o mandato do Grupo de Peritos que lida com as sanções para a RD Congo.
Segundo a porta-voz, a medida não se aplica ao fornecimento de armas para actividades militares do governo congolês.
Para além das armas, as sanções incluem a proibição de viajar e o congelamento de bens de todos quantos violem o embargo.
Progressos
O Conselho de Segurança sublinhou a necessidade de progressos urgentes no sector de segurança.
A situação dos deslocados internos é um dos problemas que mais afectam o país.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, estima que entre 1998 e 2003, 3,8 milhões de pessoas tenham morrido em consequência dos conflitos na República Democrática do Congo.
Segundo o porta-voz do Unicef para aquela região, Julien Harnels, pelo menos 650 mil crianças são deslocadas internas enfrentando vários tipos de violência.
Situação preocupante
O técnico do Departamento de Protecção de Crianças, do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Abubacar Sultan, disse à Rádio ONU de Nova York que a situação é preocupante.
“E obviamente que quando temos uma situação dessas existem consequências terríveis para as crianças afectando não só a sua saúde e educação mas afectando também o seu estado psicológico sobretudo quando há o envolvimento de crianças em situações de conflito armado”, disse.
O Unicef afirma que o recrutamento de crianças-soldado na República Democrática do Congo continua a ser um problema.
As Nações Unidas promovem um programa de reintegração de crianças-soldado que abrange mais de 5 mil meninos e meninas.