ONU diz que violência no Quénia tem que acabar
Ban disse, em Nairobi, que mortes de mais de 800 pessoas e destruição no país após resultado de eleições são tragédia inaceitável.
Ban Ki-moon apelou à população e aos líderes políticos do Quénia a assumir a responsabilidade de reverter o que ele chamou um caminho trágico antes que o mesmo se escale nos horrores de assassinatos em massa.
Deputados assassinados
Ban fez uma viagem de emergência ao Quénia após a escalada da violência pós-eleitoral. Ele se reuniu com o líder da oposição, Raila Odinga, que contestou a vitória do presidente Mwai Kibaki no pleito de Dezembro.
Somente nesta semana, dois deputados da oposição foram assassinados.
Segundo o Escritório de Assistência Humanitária das Nações Unidas, Ocha, cerca de 290 mil pessoas ficaram desabrigadas por causa dos combates.
A analista-sénior de Política das Nações Unidas, Valerie de Campos Mello, disse à Rádio ONU, em Nova York, que além do motivo político, a crise também tem aspectos sociais.
"O próprio facto da divisão que seguiu as eleições e essa violência que acabou acontecendo foi revelando, na verdade, a importância da questão da exclusão social, do acesso aos recursos e como isso ocorreu ligado também a questões étnicas. E temos a questão da distribuição da terra, que é uma das causas da actual violência", disse.
Casas Queimadas
O subsecretário-geral do Departamento de Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, foi ao Conselho de Segurança fazer um relato da violência no Quénia.
Ele contou que casas estão sendo queimadas, e a tensão entre as etnias Kikuyu, do presidente Kibaki, e Luo, do oposicionista Odinga, tem aumentado nos últimos dias.
Na quarta-feira, um grupo de activistas femininas entregou ao ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan um documento relatando o aumento do número de casos de violência sexual contra mulheres por causa dos confrontos.
Annan está no Quénia para intermediar negociações entre o governo e a oposição.