ONU faz reunião especial sobre Timor (Português para o Brasil)
Órgão da ONU se reúne após atentado contra presidente do país, José Ramos-Horta (foto).
Marco Alfaro, da Rádio ONU em Nova York.
O Conselho de Segurança convocou uma sessão especial, nesta segunda-feira, para consultas sobre a situação no Timor-Leste, após o atentado contra o presidente do país, José Ramos-Horta.
O anúncio foi feito pelo presidente rotativo do Conselho de Segurança, o embaixador do Panamá, Ricardo Alberto Arias.
O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, também sofreu um atentado, mas escapou sem ferimentos. Mais tarde, ele disse a jornalistas, em Díli, capital do país, que Ramos-Horta foi ferido num braço e no abdômen.
Xanana Gusmão afirmou que o ataque foi um ato de covardia.
"Estamos neste processo de tomar a melhor resposta a esse atentado, que consideramos um grave atentado ao Estado. Os alvos eram os titulares de dois órgãos de soberania, a Presidência da República e o governo. Pensamos que este ato de covardia deve ser punido com as medidas mais adequadas", disse.
Ban condena atentado
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o atentado, que considerou brutal e inexplicável.
Ban manifestou solidariedade com o governo e com o povo do Timor.
Uma das primeiras pessoas a chegar à residência de Ramos-Horta foi o capitão do destacamento da Guarda Nacional Republicana de Portugal, GNR, no Timor, João Martinho.
Ele falou à Rádio ONU, de Díli, sobre as primeiras medidas para socorrer o presidente.
"Quando chegamos à casa de manhã, por volta das seis horas, tivemos a informação que o senhor presidente estava a ser atacado, dirigimo-nos ao local, nos deparamos com o corpo do senhor presidente em frente à casa. Foi de imediato socorrido pela nossa equipe médica e foi conduzido ao hospital. No quintal da casa estavam dois corpos no chão, um deles presumo ser do major Reinado", disse.
Major Reinado
O embaixador do Timor-Leste nas Nações Unidas, Nelson Santos, disse à Rádio ONU, em Nova York, que o presidente timorense foi levado para Darwin, na Austrália, onde continua em tratamento.
O embaixador timorense confirmou que um dos participantes do ataque, o major Alfredo Reinado, foi morto no incidente.
"O major Alfredo foi morto nesse ataque, isso está confirmado. Mas ainda estamos apurando a existência de outras vítimas. Sei ainda que foi morto, também, nesse encontro, um dos guarda-costas do senhor presidente, mas não tenho o número total das vítimas", disse.
Reinado liderou, em 2006, um movimento rebelde de militares demitidos.
O governo timorense declarou estado de emergência e a Missão Integrada das Nações Unidas no Timor-Leste, Unmit, reforçou as medidas de segurança no país.