Exército timorense pede investigação do atentado (Português para o Brasil)
Pedido foi feito pelo chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Timor-Leste, Taur Matan Ruak.
Marco Alfaro, da Rádio ONU em Nova York
O chefe do Estado-Maior das Falintil, Forças de Defesa de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, pediu às Nações Unidas que investiguem o atentado que feriu o presidente da República timorense, José Ramos-Horta, na segunda-feira.
Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, Ruak informou que o departamento de Defesa timorense vai fazer sua própria investigação.
Investigação
"Encorajo mais uma vez que as Nações Unidas aceitem esta investigação proposta. Informo que o Departamento de Defesa ordenou criar uma comissão de investigação interna. Nos próximos 15 dias, eles vão apresentar um relatório sobre o acontecimento", disse.
O ministro da Saúde do Timor-Leste, Nelson Martins, revelou que Ramos-Horta recebeu tiros no peito e no abdômen, durante o ataque realizado por homens armados à sua residência.
O presidente timorense foi levado para Darwin, na Austrália, após receber os primeiros socorros num centro hospitalar australiano em Díli, capital do país.
Martins disse ainda que o estado de saúde do presidente José Ramos-Horta é crítico mas estável.
Segundo o ministro da Saúde, Ramos-Horta poderá estar recuperado em três a quatro semanas.
O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, também sofreu um atentado mas saiu ileso.
Um dos autores do ataque, o major Alfredo Reinado, foi morto no incidente. Reinado liderou, em 2006, um movimento rebelde de militares demitidos.
Estado de emergência
O governo timorense declarou estado de emergência em todo o país, de acordo com o presidente interino do país e vice-presidente do Parlamento, Vicente Guterres.
"Considerando a gravidade da situação com que o país se depara, solicitei ao Parlamento nacional autorização para declarar o estado de sítio em todo o território nacional pelo período de 48 horas. Ficam assim suspensos os direitos de livre circulação e o direito de reunião e manifestação", disse.
O enviado especial do Secretário-Geral da ONU para Timor-Leste, Atul Khare elogiou a forma como o governo reagiu ao atentado.
Khare disse que a situação de segurança no país é estável e relativamente calma. Mas segundo ele essa estabilidade é frágil.
Khare que se encontrava em Nova York para participar de uma reunião do Conselho de Segurança sobre a situação no país, regressou a Timor-Leste logo após os incidentes.