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Fórum da ONU debate tráfico humano (Português para a África)

Fórum da ONU debate tráfico humano (Português para a África)

Iniciativa do Unodc reúne representantes de mais de 100 países; mais de dois milhões de pessoas são vítimas do tráfico todos os anos.

Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York

O director-executivo do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, Unodc, Antonio Maria Costa, comparou o tráfico humano ao comércio de escravos.

Costa fez a afirmação na abertura do Fórum Global contra o Tráfico Humano, que começou nesta quarta-feira, em Viena, na Áustria.

Segundo ele, o tráfico acontece em todo o mundo, com pessoas de todas as idades e raças.

O objectivo do fórum, que reúne mais de mil pessoas, é mobilizar governos e sociedade para combater o tráfico humano.

Exploração sexual

Uma das vítimas do tráfico humano, a argentina Irene Rodrigues contou à Rádio ONU, de Zurique, na Suíça, que há 20 anos foi com um grupo de garotas para a Europa, com a promessa de um futuro promissor.

Ela disse que todas tiveram os passaportes apreendidos e seus direitos desrespeitados pelos traficantes.

"A gente trabalhava e o dinheiro a gente não podia ver. As meninas, convencidas que iam trabalhar num hotel como empregadas de limpeza, quando chegaram lá e viram que não era isso, elas começaram a chorar e não queriam trabalhar. Eles falaram que nós estávamos metidos numa coisa muito feia, numa máfia, e não podíamos abrir a boca, porque nenhuma de nós tinha os passaportes", disse.

De acordo com o Unodc, todos os anos mais de dois milhões de pessoas são vítimas do tráfico, para exploração sexual ou trabalho escravo.

O Fórum Global contra o Tráfico Humano acontece até sexta-feira.