Brasil tem déficit de 8 milhões de moradias
Segundo governo brasileiro, volume de investimentos nas cidades ainda não acompanha crescimento populacional.
Monica Valéria Grayley, enviada especial da Rádio ONU a Porto Alegre,*
O Ministério das Cidades do Brasil estima que a escassez de moradias no país é de cerca de oito milhões de residências.
A informação é do assessor de Relações Internacionais do Ministério das Cidades, Luiz Carlos Fabbri, à Rádio ONU. Ele é um dos participantes da Conferência Internacional de Cidades que ocorre em Porto Alegre, no sul do país.
Fabbri falou como o Brasil deve se preparar para vencer os desafios do crescimento das cidades.
Investimentos
"O primeiro dos desafios é, sem dúvida, reverter, a médio e longo prazo, o processo de segregação que existe nas nossas cidades. Por razões históricas, grandes massas, grandes fluxos de população foram se acumulando nas cidades. E as cidades brasileiras não têm condições para acolher e dar cidadania a essas pessoas", disse.
Segundo Fabbri, o volume de investimentos nas cidades ainda não acompanha o crescimento populacional.
"Embora a taxa de crescimento demográfico no Brasil esteja se reduzindo, nós já atingimos aquilo que os demógrafos chamam de transição demográfica, a população nos centros urbanos, e sobretudo nas metrópoles, continua crescendo muito. Um outro problema é que o volume de investimentos para reverter essa situação exigiria uma prioridade que, em geral, não existe", disse.
A conferência que termina no sábado, tem o apoio do Centro das Nações Unidas para Assentamento Humano, UN-Habitat, e da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
*Apresentação: Julia Assef