Conselho de Segurança dividido sobre futuro do Kosovo
Os líderes políticos albaneses kosovares defendem a independência que pode vir a ser declarada unilateralmente.
Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.
Os países-membros do Conselho de Segurança não conseguiram chegar a um consenso sobre o futuro do Kosovo, após reunião realizada na quinta-feira, na sede da ONU em Nova York.
O Kosovo, uma província sérvia de maioria albanesa, é administrado pelas Nações Unidas desde 1999.
Os líderes políticos albaneses kosovares defendem a independência que pode vir a ser declarada unilateralmente. Mas a Sérvia se opõe.
Em conversa com jornalistas, no fim da reunião do conselho, o embaixador interino dos Estados Unidos na ONU, Alejandro Wolff, disse que as posições são irreconciliáveis.
Posição dos EUA
Wolff afirmou que é evidente a situação de bloqueio no Conselho de Segurança.
Segundo o embaixador americano, Kosovo é um caso único.
Ele defendeu que foram as políticas de limpeza étnica dos dirigentes da ex-Jugoslávia que ditaram as premissas de uma separação do Kosovo.
A reunião do Conselho de Segurança foi realizada a pedido da Sérvia e da Rússia.
Soberania
Para o ministro sérvio de Relações Exteriores, Vuk Jeremic, que participou do encontro, a possível independência do Kosovo é uma ameaça à soberania da Sérvia.
Jeremic afirmou que o seu país pediu que se respeite a Carta das Nações Unidas e a Resolução 1244 do Conselho de Segurança.
A resolução aprovada em 1999, no fim do conflito entre tropas sérvias e rebeldes independentistas albaneses-kosovares, concede ao Kosovo uma “autonomia substancial” e reafirma a soberania sérvia sobre a província.
Jeremic insistiu na necessidade de se prosseguir com o diálogo para se encontrar uma solução. A Rússia também apoiou a proposta.