Chade quer normalizar relações com o Sudão, diz ministro (Português para a África)

Ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, Ahmad Allam-Mi (esq.), encontrou-se com Secretário-Geral da ONU.

Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, Ahmad Allam-Mi, pediu à comunidade internacional que intervenha junto do governo sudanês para deter o que ele chamou de “massacres em Darfur”, no Sudão.

Allam-Mi falou a jornalistas, após um encontro, na sede da ONU, em Nova York, com o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

Ele participou ainda de uma reunião informal com membros do Conselho de Segurança para explicar a situação no Chade. O ministro informou que apelou a adopção de medidas para pôr fim à desestabilização do seu país.

Allam-Mi disse que reiterou aos representantes da comunidade internacional o desejo do Chade em normalizar as relações com o Sudão.

Refugiados

O ministro chadiano lembrou que devido a violência em Darfur, o Chade recebeu nos últimos 15 dias cerca de 10 mil refugiados que se juntam a outros 250 mil que já vivem no país.

Allam-Mi manifestou esperanças na missão de paz da União Europeia que deverá enviar uma força de 4,3 mil soldados para garantir a segurança e proteger a população civil na zona fronteiriça entre Chade, Sudão e República Centro-Africana.

Na sexta-feira, o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos disse estar preocupado com relatos de detenção de vários líderes da oposição e membros da sociedade civil no Chade.

Segundo a ONU, as detenções surgiram após os ataques de grupos rebeldes ao palácio do presidente Idriss Deby, realizados na primeira semana deste mês.

Mas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ahmad Allam-Mi, negou as alegações.