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Cerca de 100 mil crianças sem abrigo no Quénia

Cerca de 100 mil crianças sem abrigo no Quénia

Segundo o Unicef, cerca de 75 mil menores estão vivendo em campos de refugiados.

Segundo o Unicef, cerca de 75 mil menores estão vivendo em campos de deslocados, enquanto outros conseguiram refúgio junto a familiares.

O estudante angolano, José Quintas, que vive no Quénia, disse à Rádio ONU, de Nairobi, capital do país, que devido à insegurança as escolas estão a funcionar parcialmente.

"Os supermercados trabalham até uma certa hora, mesmo as lojas fecham depois das duas, três da tarde. As escolas terminam as aulas muito cedo. As pessoas que trabalham também têm um horário para chegarem cedo a casa", disse.

O conflito

Desde o fim de Dezembro, pelo menos 500 pessoas já morreram e 250 mil estão deslocadas por causa dos choques entre simpatizantes e opositores do governo.

O motivo do conflito foi a reeleição do presidente Mwai Kibaki, protestada pelo candidato da oposição Raila Odinga.

Manifestações

Os partidários de Odinga promoveram três dias de manifestações no país, que deveriam terminar nesta sexta-feira.

Segundo agências de notícias, pelo menos cinco pessoas teriam morrido nesta sexta-feira.

O representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, Nilvo Silva, disse à Rádio ONU, de Nairobi, que a violência afecta sobretudo os mais pobres.

"O que se ouve é um comentário geral, principalmente em relação à indústria do turismo do Quénia. Mas durante todo esse período de crise, aqui em Nairobi, por exemplo, não houve falta de luz. Houve algum racionamento mas não houve falta de combustível. Para quem está de longe, vendo a situação do Quénia, o importante é entender que, na verdade, não são todos afectados da mesma maneira. Infelizmente, aqueles que são mais afectados pela pobreza e pela vulnerabilidade são os que estão sofrendo mais nessa crise também", disse.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon pediu calma à população e o fim da violência.

Alguns líderes africanos se encontram no Quénia, entre eles a esposa de Nelson Mandela, Graça Machel, o ex-presidente tanzaniano Benjamin Mkapa, e o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que tentam impulsionar o diálogo entre as partes em conflito.