Líderes mundiais apoiam Metas do Milénio (Português para a África)
Ban Ki-moon, Gordon Brown e Bill Gates, entre outros, assinaram uma declaração conjunta durante o Fórum Económico de Davos.
As metas visam reduzir para a metade os índices da fome e da pobreza extrema até 2015.
A declaração divulgada na sexta-feira, no 38º Fórum Económico de Davos, na Suíça, contou com o apoio do primeiro-ministro da Grã Bretanha, Gordon Brown, do multimilionário da Microsoft, Bill Gates, e do cantor e activista Bono, entre outros.
Um outro subscritor da declaração, o presidente da Nigéria, Umaru Musa Yar’Adua, lembrou que o maior problema do continente é a falta de infra-estruturas.
O fórum de Davos reúne mais de 2,5 mil representantes de 88 países.
Turbulências económicas
Entre os temas em debate, está o impacto das turbulências económicas no sector imobiliário americano no resto do mundo.
O economista do Banco Mundial, Jorge Arbache, falou à Rádio ONU, de Washington, sobre as vulnerabilidades de África à essa crise.
"Uma parcela importante do crescimento dos países africanos, nos últimos anos, se deve às exportações, especialmente de commodities, petróleo e outros minerais. Uma vez que haja recessão dos Estados Unidos e essa recessão venha a afectar outros países como a China, por exemplo, que é um importante parceiro comercial dos Estados Unidos e da África, os efeitos chegarão na África na forma de redução das vendas, das exportações e provavelmente do fluxo financeiro, do fluxo de crédito, do fluxo de capitais que hoje se destinam a África", disse.
A América Latina, e o Brasil em particular, vem sendo considerada pelos participantes do encontro como um destino atraente para investimentos em 2008.
O economista Jorge Arbache afirma que no Brasil, o mercado interno pode reduzir o impacto de uma crise económica mundial.
"As empresas que mais se têm destacado, nos últimos tempos, são empresas em sectores que, directa ou indirectamente, estão associadas ao sector de commodities. O Brasil deve ser afectado, pelo menos em parte. Por outro lado, há uma fonte importante do crescimento recente do Brasil que é o mercado interno, o que, de alguma forma, poderá prevenir que o país seja tão afectado como outros que têm o seu crescimento basicamente explicado pelo aumento das exportações de commodities", disse.
Água
Na quinta-feira, o Secretário-Geral da ONU disse no fórum que a escassez de água potável é um dos maiores desafios do mundo actualmente.
Segundo Ban, a falta de água tem levado à pobreza e tensão entre povos que vão desde a província de Darfur, na África, à Colômbia, na América do Sul.
Ele defendeu que a escassez de água deve ser tratada da mesma forma como o problema do aquecimento global.