Ban fica em Bali para reta final de negociações
Secretário-Geral observará conclusão da Conferência sobre Mudança Climática; reunião discute substituto para Protocolo de Kyoto.
Mônica Valéria Grayley e Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, decidiu prolongar sua presença em Bali, na Indonésia, para acompanhar a fase determinante das negociações da Conferência sobre Mudança Climática.
Pela agenda original, Ban deveria partir de Bali para uma viagem oficial ao Timor-Leste.
Ritmo
Nesta quinta-feira, o diretor-executivo da Secretaria da Convenção da ONU sobre Mudança Climática, Yvo de Boer, disse que estava muito preocupado com o ritmo lento das conversações.
De Boer disse que a reunião, com mais de 15 mil participantes, entrou numa fase de “tudo ou nada”. E que era preciso consenso. O evento está marcado para terminar neste sábado.
O encontro pretende estabelecer as bases de um novo acordo para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
O tratado prevê a redução nas emissões de dióxido de carbono, o principal causador do efeito estufa.
Indígenas
Um dos participantes da conferência, o representante dos Seringueiros do Amazonas, no Brasil, Manuel Silva da Cunha, falou à Rádio ONU, de Bali, sobre a preocupação dos indígenas brasileiros.
"Nós viemos aqui dar três recados. Primeiro, precisa ser feita alguma coisa nesse planeta, se não, não teremos mais tanta vida. A outra coisa é que é impossível discutir um modelo de política de combate ao desmatamento, seqüestro de carbono para melhorar o clima, sem a nossa presença. E viemos também dizer de que forma esse fórum e os governos pensam beneficiar as populações que estão conservando a natureza", disse.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o mundo precisa agir rapidamente contra o aquecimento global.
Ameaça
Ban disse que não há mais tempo a perder, e que a liderança política deve encontrar respostas. Segundo ele, a ciência já provou claramente que o efeito estufa é uma ameaça a toda a humanidade.
Nesta quinta-feira, o diretor-geral da da Organização Mundial de Meteorologia, OMM, disse que a última década foi a mais quente da história.
Jarraud falou aos jornalistas após discursar na reunião em Bali, na Indonésia.
Segundo Jarraud, o aquecimento global é uma das consequências das mudanças climáticas.