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Jovens e trabalho

Jovens e trabalho

Marco Alfaro, da Rádio ONU em Nova York.

O Departamento de Assuntos Econômicos e Socias, Desa, publicou um relatório no dia 18 de dezembro afirmando que a juventude atual é a geração mais educada na história.

O documento "A transição dos jovens à idade adulta: progressos e desafios" indica que, apesar dos investimentos na juventude terem crescido na América Latina, África e Ásia, a transição de muitos jovens à idade adulta é dificultada pela pobreza, a falta de acesso à educação e ao trabalho digno.

Segundo o Desa, os jovens entre 15 e 24 anos, estimados em 1,2 bilhões, compõem 18% da população mundial e 25% da força de trabalho.

O repórter Marco Alfaro da Rádio ONU conversou com Marisa Donatiello, coordenadora da ONG, Colméia, em São Paulo, no Brasil.

"A Colméia é uma instituição que presta alguns serviços aos jovens, nós atendemos a partir dos nove anos, num programa de educação complementar. A partir dos 16 anos nós atendemos em programas de qualificação profissional. Neste momento na área de auxiliar administrativo, mas no ano que vem também na área de turismo. Também na área de educação vocacional com a parte de atendimento clínico, propriamente dito, e a parte de formação profissional. O nosso foco é bem nesta passagem do jovem à vida adulta através do mundo do trabalho", contou.

Para Marisa Donatiello a primeira experiência do jovem no mercado de trabalho é crucial.

"A Colméia acredita muito que é fundamental para o jovem ter experiências de boa qualidade. Ele iniciar pelo sistema formal de trabalho. Hoje a nossa juventude está na informalidade. Tudo é considerado trabalho e nem sempre é isso. Às vezes ele tem ali uma pequena remuneração, um bico, como eles falam, mas num ambiente péssimo. Isso não pode ser entendido como trabalho. Para se iniciar profissionalmente, o jovem precisa ter boas experiêcias. Seja como jovem aprendiz, seja como estagiário. Enfim ele precisa estar num ambiente de trabalho com qualidade. A nossa formação tem sido muito neste sentido", explicou.

A coordenadora da ONG Colméia, Marisa Donatiello, destaca a importância do acompanhamento dos jovens nesta fase da vida.

"Uma carga muito grande que nós inserimos em qualquer atividade é o lado da formação humana. Que é onde você exerce o seu papel de cidadão. Você não exerce o seu papel de cidadão só sábado e domingo. Você é você 24 horas em qualquer lugar que esteja. Então nós trabalhamos muito esta questão de valores humanos, de ética, todos os valores de cidadania entendendo que é através destas atitudes diárias, em cada minuto, que exercemos o nosso papel. E a profissão é um veículo desta cidadania", contou.

Marisa Donatiello explica os mecanismos para ajudar o jovem na passagem ao mundo profissional.

"Nós temos parcerias com muitas empresas. Elas inclusive recebem os nossos jovens para as visitas que nós programamos ao final dos cursos. Porque o jovem precisa enxergar, na prática, o ambiente real de trabalho. A gente ensina como uma empresa funciona, mas o jovem, muitas vezes, nunca entrou numa empresa. Ele vai com um roteiro de entrevistas, ele tem que observar o ambiente de trabalho, ele entrevista vários profissionais. E isso faz uma diferença muito grande na visão que o jovem tem do ambiente de trabalho", explicou.

Reportagens e Destaques

Apresentação: Eduardo Costa

Reportagem: Marco Alfaro

Produção: Helder Gomes

Direção Técnica: Louis Bastion