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Uganda no caminho da paz

Uganda no caminho da paz

O enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para o norte do Uganda, Joaquim Chissano (foto), afirmou que o clima de confiança entre o governo ugandês e o Exército de Libertação do Senhor, LRA, está cada vez mais sólido.

Na quinta-feira, 1 de Novembro, uma delegação do LRA chegou a Kampala, capital do Uganda, para encontros com membros do governo e da sociedade civil.

Em Agosto de 2006, a LRA e o governo do Uganda assinaram um acordo de paz.

Segundo as Nações Unidas, desde 1986, o conflito que afecta igualmente os países vizinhos do Sudão e da República Democrática do Congo, já causou a morte de milhares de civis e obrigou mais de 1 milhão e meio de pessoas a deixar suas casas.

Acompanhe a reportagem do jornalista da Rádio ONU, Arão Dava, de Maputo.

“Segundo o enviado especial do Secretário-Geral da ONU para o norte do Uganda, o principal desafio do momento é o alcance de um acordo de princípio sobre a responsabilização e reconciliação, que segundo ele, é uma das questões mais sensíveis das negociações.

Para Chissano, o acordo passa pela aplicação de uma justiça que combine a cultura local e as práticas jurídicas internacionais.

O ex-presidente moçambicano fez saber que na busca desta combinação, o governo já fez a sua parte consultando as principais tribos sobre a justiça que se deve aplicar.

Segundo Chissano, o Exército de Libertação do Senhor prepara-se também para avançar com as suas consultas sobre o assunto.

“O movimento rebelde esta também para começar com a sua parte de também de consulta e coisa muito interessante e que quando eu deixei Uganda, estava de pé a entrada de uma delegação do movimento rebelde para trabalhar livremente no Uganda, o que indica um grande avanço e muita confiança por parte do movimento rebelde e uma determinação de levar o assunto avante por parte do movimento rebelde ”, disse.

Chissano informou que nos próximos dias, mais de 500 delegados do Exército de Libertação do Senhor participarão de uma conferência no Centro de Acomodação dos rebeldes ugandeses.

Ele afirmou que caso se concretizem as consultas, as negociações poderão avançar noutras matérias.

“E depois, as negociações vão continuar e vão se concentrar no DDR desarmamento, desmobilização e reintegração, mas vão concluir primeiro um protocolo de implementação de principio sobre a responsabilização e conciliação”, explicou.

Joaquim Chissano reconheceu a existência de informações sobre conflitos internos no seio do Exército de Libertação do Senhor, mas garantiu que independentemente de serem verdadeiras ou falsas, tais alegações não afectam o rumo das negociações.

“Fala-se em alguns problemas não confirmados no seio da LRA, mas tudo indica que esses problemas a existirem ainda não estão a perturbar o processo negocial”, concluiu.

A missão de Joaquim Chissano é ajudar no processo de paz nas zonas afectadas pelas acções do Exercito de Libertação do Senhor designadamente no Nordeste do Congo, sul do Sudão e norte de Uganda”.

África na ONU

Apresentação: Jorge Soares

Reportagem de Arão Dava

Produção: Eduardo Costa e Helder Gomes

Direcção Técnica: Louis Bastion