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ONU pede mais combate à impunidade no Timor-Leste BR

ONU pede mais combate à impunidade no Timor-Leste

Recomendação foi feita em relatório da Unmit; embaixador Nelson Santos, (foto), diz que governo já está tomando medidas necessárias.

Por Mônica Valéria Grayley

Um relatório da Missão Integrada da Nações Unidas no Timor-Leste, Unmit, revela que a situação dos direitos humanos no país melhorou, mas ainda é delicada.

Segundo o documento, que analisou o período de agosto de 2006 a agosto de 2007, o país precisa fazer mais para ajudar os deslocados internos e evitar a impunidade.

Cerca de 155 mil pessoas, ou 15% da população, estão deslocadas na ex-colônia portuguesa.

Medidas

A situação piorou no ano passado, após a onda de violência que deixou dezenas de mortos.

O embaixador do Timor-Leste nas Nações Unidas, Nelson Santos, disse à Rádio ONU, que o governo tem tomado medidas para resolver a questão.

"Resolver a questão dos deslocados é uma das prioridades do governo atual. O governo tem uma força-tarefa que está trabalhando neste sentido juntamente com as organizações internacionais, e a Unmit, para ver como resolver, de uma vez por todas, estas questões dos deslocados. E neste sentido esta é uma questão que devemos resolver em longo prazo", contou.

Uma outra recomendação do relatório da ONU refere-se a casos de impunidade principalmente nas forças de segurança.

De acordo com o documento, há “incidentes sérios de influência política que estaria comprometendo à imparcialidade da polícia” no país.

Liberdade

Segundo o embaixador Nelson Santos, o governo timorense aprendeu com as lições do passado, e já começou a renovar a polícia.

"A polícia de fato foi bastante politizada desde a sua criação. Por isso nós os timorenses devemos aprender para que os mesmos erros não se repitam no futuro. Estamos trabalhando seriamente para isto. Nós temos uma força-tarefa liderada pelo sr. presidente, que está trabalhando em sintonia com a Unmit e a comunidade internacional para ver se evitamos que a nossa polícia se torne, novamente, uma polícia politizada e creio que vamos conseguir evitar isto", disse.

O relatório da ONU afirma que os cidadãos do Timor-Leste gozam de liberdade de expressão, de crítica ao governo, de se reunir e de praticar livremente sua escolha religiosa.

Mas para atingir o objetivo dos líderes timorenses de construir uma sociedade pacífica e próspera, é preciso que o país combata a pobreza, reforme as forças de segurança e o sistema judiciário.

Uma ex-colônia portuguesa, no sudeste da Ásia, o Timor-Leste foi anexado pela Indonésia na década de 1970 e se tornou independente após um referendo da ONU em 2002.