Darfur pede que chefe de agência da ONU deixe província
Representante do Ocha, Rosa Malango, diz que a ONU e o governo sudanês estão a analisar decisão de autoridades do sul de Darfur.
Por Jorge Soares
O Escritório das Nações Unidas para Assistência Humanitária, Ocha, informou, nesta quinta-feira, que a ONU está a debater com o governo sudanês a decisão das autoridades de sul de Darfur de pedir que o chefe local da agência, Wael Al-Haj-Ibrahim, deixe a região.
De acordo com o Ocha, trata-se de uma medida da província de Darfur e não do governo do Sudão.
Al-Haj-Ibrahim encontra-se actualmente em Cartum capital do país enquanto ocorrem as conversações sobre o caso.
O governo local de Darfur afirma que Al-Haj-Ibrahim teria violado regras, sem especificar em que consistem as alegadas infracções.
Uma representante do Departamento de África do Ocha, Rosa Malango, disse à Rádio ONU, em Nova York que o funcionário é imparcial ao seu trabalho.
"Toda a informação que nós temos, até esse momento, é que o nosso funcionário Ibrahim não violou, de nenhuma maneira, nenhuma das leis nacionais e que foi imparcial no seu trabalho", contou.
Na quarta-feira, respondendo a perguntas de jornalistas, a porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, Marie Okabe, disse que a medida viola o espírito dos acordos com o governo do Sudão.
Os acordos permitem que as agências da ONU e organizações não-governamentais coordenam as operações de ajuda humanitária para cerca de 1 milhão de deslocados internos no país.