Diminui número de pobres na América Latina, diz Cepal (Português para o Brasil)

Relatório afirma que cerca de 14 milhões de pessoas deixaram pobreza; número de indigentes caiu 10 milhões.~

Mônica Valéria Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um relatório da Comissão Econômica para América Latina e Caribe, Cepal, revela que o continente latino-americano tem 14 milhões a menos de pobres, se comparado aos números de 2006.

De acordo com o documento “Panorama Social da América Latina 2007”, é a primeira vez que a região reduz para menos de 200 milhões de pessoas o número de pobres.

Desemprego

O estudo da Cepal sugere ainda que 10 milhões de pessoas saíram da indigência. O motivo seria o crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, numa média superior a 3% anuais e a diminuição do desemprego.

O diretor do escritório da Cepal no Brasil, Renato Baumann, disse à Rádio ONU de Brasília, que apesar de dados positivos, o relatório revelou alguns desafios no sistema de previdência da região.

"A previdência social, que é um caso bem conhecido no Brasil, tem um efeito regressivo porque beneficia muito os indivíduos de renda elevada mais do que proporcianalmente à sua contribuição. Daí a razão de desequilíbrios contábeis. Emboras as políticas sociais terem impacto distributivo positivo, a questão da seguridade social tem um impacto líquido negativo do ponto de vista distributivo", explicou.

Pobreza Zero

Baumann disse ainda que o Chile foi o único país que conseguiu erradicar a pobreza total, atingindo assim a primeira das Metas do Milênio da ONU, oito anos antes do prazo final em 2015.

"No que se refere à redução da indigência já cumpriram as metas para 2015: Brasil, Chile, México e Equador. Mas no que se refere à redução da pobreza total, na região, só o Chile alcançou 100% deste objetivo", contou.

De acordo com a Cepal, embora as perspectivas regionais sejam boas, existem muitas diferenças entre os países da região, que devem ser analisadas em contextos individuais.