Estimativa da ONU aponta para redução de casos do Sida
Segundo o Onusida o número caiu de 40 milhões para 33 milhões, em todo o mundo, em 2007.
Jorge Soares, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Sida, Onusida, revê as estimativas de pessoas vivendo com a doença em todo o mundo, de 40 milhões para 33 milhões, em 2007.
O Onusida afirma que as diferenças se devem em grande parte a alterações das estimativas registadas em seis países, entre eles Angola, Moçambique e Índia.
O documento “Actualização sobre a Epidemia do Sida” foi divulgado nesta terça-feira em Genebra, na Suíça.
O vice-director para Iniciativas Globais do Onusida, Louis Loures, disse à Rádio ONU, de Genebra, que a mudança da metodologia e revisão feita na Índia contribuíram em grande medida para essa redução.
″Essa redução nos estimados, ela é principalmente resultado da existência de melhores dados, em relação à epidemia da Sida, em diversos países. E de forma bastante importante, uma revisão feita na Índia, onde existe um grande número de pessoas que vivem com o Hiv e com Sida″, disse.
O caso africano
O relatório revela que a África Subsaariana possui mais de 60% dos doentes de Sida, ou seja cerca de 26 milhões de pessoas infectadas.
Para Louis Loures a África está a viver uma catástrofe com a epidemia do Sida.
″Nós seguimos tendo países na África subsaariana com uma entre quatro pessoas infectadas pelo vírus da Sida, com uma verdadeira catástrofe do ponto de vista do impacto da epidemia em sectores económicos, sociais. Existem países onde as escolas estão sem professores, os hospitais sem médicos e enfermeiras porque estão morrendo com Sida″, explicou.
De acordo com o documento, a situação na América Latina continua estável com um índice de quase 100 mil novos casos por ano. Em 2006, registaram-se 58 mil mortos.
O exemplo do Brasil
O vice-director do Onusida, afirmou que o Brasil é o maior exemplo do mundo na luta contra o HIV.
″O Brasil segue sendo o maior exemplo no mundo que é possível, sim, enfrentar a epidemia, desde que se tomem as medidas adequadas, desde que se tenha o compromisso político de investimento e mobilização da sociedade em relação à epidemia. Essa é a mensagem principal, não vamos aqui nos perder aí ‘esse número está certo, esse número não está certo’. O que interessa é que é uma epidemia de grandes proporções, mas que nós começamos a ver que é sim possível enfrentá-la, desde que se tomem as medidas apropriadas″, disse.
Os dados do Onusida revelam que este ano se registaram 2,1 milhões de mortes por Sida, e 2,5 milhões novos casos.