Acnur diz que 800 retornaram ao Iraque
Maioria teria deixado refúgio na Síria por questões de visto.
Mônica Valéria Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, informou que cerca de 800 iraquianos deixaram a Síria, nos últimos dias, para retornar a Bagdá, no Iraque.
Segundo a agência da ONU, pelo menos 15 ônibus lotados teriam atravessado a fronteira transportando os refugiados.
Cerca de 70% dos iraquianos, entrevistados pelo Acnur, afirmaram que o retorno ao Iraque se devia a dificuldades com vistos e a impossibilidade de arranjar trabalho.
Mas 14% dos refugiados disseram que estavam retornando por achar que as condições de segurança no Iraque haviam melhorado.
Elogio
A porta-voz do Acnur na Síria, Karmen Sakhr, disse à Radio ONU, de Damasco, que a decisão de voltar é sempre de cada refugiado.
"O custo da vida é muito alto para eles ficarem. Eles dizem que não podem ficar mais na Síria porque não agüentam mais o custo da vida lá. Aí tem também o problema do visto, pois eles não têm visto para ficar. A gente pensa que a situação está melhorando, mas a situação não é tão melhor assim que estamos falando para as pessoas voltarem. Mas se elas querem voltar por conta própria, a gente não fala para eles não retornarem. É a decisão deles", disse.
O representante do Acnur na Síria, Laurens Jolles, disse que a agência não está em condições de recomendar o regresso dos refugiados, neste momento.
Jolles no entanto elogiou os esforços do governo iraquiano em ajudar os que querem retornar ao país.
Segundo o governo do Iraque, 45 mil refugiados teriam voltado da Síria em outubro.