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Globalização gera mais trabalho informal BR

Globalização gera mais trabalho informal

Pesquisa revela que competitividade obriga flexibilização do mercado de trabalho.

Mônica Valéria Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Um estudo do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, sugere que a globalização está levando a um aumento do setor informal.

O “Relatório sobre a Situação Social do Mundo” revela que empregadores e governos estão tornando o mercado de trabalho mais flexível com o objetivo de aumentar a competitividade.

O especialista em inclusão social da Organização Internacional do Trabalho, Luís Frota, disse à Rádio ONU, de Genebra, que o número de trabalhadores informais nas cidades brasileiras equivaleria a pelo menos 10 milhões de pessoas.

Previdência Social

“Estamos falando no Brasil de mais de 50% do total do emprego. Se você considerar o emprego agrícola. No emprego não-agrícola, só na questão das atividades de micro-empresários urbanos, existe uma população que equivale à população de Portugal”, disse.

Para Frota, muitos países precisam desenvolver projetos coordenados de previdência social para os que vivem na informalidade.

“Os sistemas têm que estar adaptados, talvez, por um lado, procurar agir com base nas cooperativas, no que se chama hoje a cobertura automática, com base em associações profissionais. Ou, por outro lado, e isso também é relevante no meio urbano, através de associações profissionais de motoristas de táxis, através das quais se oferece automaticamente uma cobertura social a todo o contribuinte”, explicou.

O estudo da ONU, que foi apresentado à Assembléia Geral, revela que muitos jovens, em idade economicamente ativa, estão vivendo em condições de pobreza.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Sha Zukang, afirmou que o problema atinge também populações indígenas, que moram em áreas com altos níveis de desemprego.