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Investimentos em África duplicaram nos últimos dois anos, diz Unctad

Investimentos em África duplicaram nos últimos dois anos, diz Unctad

Um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, revela que os investimentos externos em África duplicaram entre 2004 e 2006, atingindo o número recorde de US$ 36 biliões. (Boletim: Jorge Soares, Português para a África)

O “Relatório Mundial sobre Investimentos 2007” divulgado nesta terça-feira, em Genebra, é o 17º de uma série publicado pela Unctad.

O documento mostra que em nível global os investimentos ultrapassaram US$ 1,3 trilhão, o que representa um aumento de 38% em relação ao ano passado.

Nos países em desenvolvimento, em geral, a alta foi de 21%, atingindo os US$ 379 biliões.

No continente africano, o destaque vai para África do Sul cuja actividade económica teve com grande impacto em Botsuana, na República Democrática do Congo, no Lesoto e no Malauí.

Na América Latina, o Brasil foi o que mais investiu em outros países em desenvolvimento com cerca de US$ 28 biliões de dólares.

Como destino de investimento, o Brasil recebeu cerca de US$ 19 biliões.

O ex-ministro da Fazenda do Brasil e ex-chefe da Unctad, Rubens Ricupero, falou à Rádio ONU, de São Paulo, dos investimentos do Brasil em África.

"A Companhia Vale do Rio Doce, aliás, tem uma presença muito forte na África e na Ásia. Na África, por exemplo, em Moçambique ela tem uma posição bastante consolidada. Além destas companhias de mineração, um outro sector de destaque, nos investimentos brasileiros, é a área de aço. Ferro e aço", explicou.

Ricupero destacou ainda o papel de empresas brasileiras nas economias dos países industrializados, sobretudo dos Estados Unidos.

"Hoje boa parte do suco de laranja que se produz no estado da Florida é produzido por companhias brasileiras. Por que estas companhias? Não podendo exportar para o mercado americano, devido ao proteccionismo da legislação americana, decidiram investir abrindo plantas no estado da Florida. Hoje uma parte substancial, creio que quase um terço, da produção de suco de laranja da Florida vem de empresas brasileiras", disse.

O documento afirma que empresas públicas e privadas da Ásia ocupam 70% dos investimentos externos em nível Sul-Sul e também para países industrializados.