Enviado da ONU debate com o governo chinês a situação em Mianmar
O enviado das Nações Unidas para Mianmar, Ibrahim Gambari, iniciou nesta quarta-feira uma visita a Pequim, na China, para analisar, com o governo do país, a situação em Mianmar, antiga Birmânia.
O enviado da ONU já se encontrou com representantes dos governos da Tailândia, Malásia, Indonésia e Índia.
O relator dos direitos humanos das Nações Unidas, Paulo Ségio Pinheiro (foto), deve chefiar uma missão de investigação sobre a reação do governo a um protesto pacífico de monges budistas por democracia.
Antes da viagem de Gambari, Pinheiro conversou com a Rádio ONU sobre a crise em Mianmar.
"Eu vejo a situação sem alterações substanciais porque ninguém tem acesso aos detidos. Quer dizer, o governo, já desde o começo do ano, não deixa o Comitê Internacional da Cruz Vermelha visitar as prisões. Então, para saber exatamente o que está acontecendo, era preciso que houvesse alguma avaliação, exatamente o que o Conselho dos Direitos Humanos pediu que eu faça", contou.
Sobre a visita do representante da ONU a Mianmar, Paulo Sérgio Pinheiro destaca a importância de se ouvir todas as partes.
"É preciso conversar com todas as partes, os que protestaram, os partidos da oposição, o governo. Isso também é uma coisa normal, não dá para você ficar só conversando com um lado", disse.
A repressão da junta militar, que governa Mianmar, aos protestos resultou em pelo menos 10 mortos e dezenas de feridos.