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Cerca de 50% das crianças ciganas não completam escola, diz Unesco BR

Cerca de 50% das crianças ciganas não completam escola, diz Unesco

Especialistas de 15 países europeus reuniram-se em em Paris, na França, para debater as condições de instrução de crianças ciganas, também chamadas de Roma e Sinti, na Europa.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, cerca de 50% dos menores ciganos não completam a escola primária.

Mas de acordo com a especialista Florença Ferrari da Universidade de São Paulo, muitas vezes a evasão escolar é uma opção dos pais.

"Independentemente de ter dinheiro ou não, não passa por aí, é mais uma questão cultural, mesmo. Eles não incentivam muito as crianças a irem para a escola. Existe uma concepção de educação dada dentro de casa. Como por exemplo, as meninas acompanhando a mãe, os meninos o pai, nas atividades domésticas e não-domésticas, de negócios, das coisas que cada um faz", explicou.

A reunião da Unesco também debateu os elevados níveis de pobreza, desemprego e discriminação sofridos pelas crianças ciganas.

De acordo com a Unesco, a situação é ainda mais grave no centro e no leste europeus. Oito em cada 10 alunos Roma e Sinti, matriculados em escolas primárias, acabam sendo transferidos para colégios especiais, como os estabelecidos nas décadas de 1950 e 1960 para crianças com deficiências.