Ban Ki-moon debate Sudão e Haiti com Conselho de Segurança
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, reuniu-se com o Conselho de Segurança para debater a situação no Haiti e no Sudão.
O país africano está a preparar-se para receber a maior força de paz do mundo, que será formada por tropas da União Africana e das Nações Unidas.
Os 15 países-membros do conselho também analisaram um relatório de Ban sobre o desempenho da missão da ONU no Haiti, a Minustah, que é comandada pelo Brasil.
O actual mandato da Minustah deve terminar em meados de outubro. Mas de acordo com o vice-representante de Ban no Haiti, o brasileiro Luíz Carlos da Costa (foto), o mandato deve ser renovado.
Da Costa falou à Rádio ONU, de Porto Príncipe, sobre o trabalho das tropas nos últimos 12 meses.
"Nós apoiamos o governo na organização das eleições, também conseguimos restabelecer um clima de estabilidade no aspecto de segurança. Continuam ainda alguns casos de sequestro, alguma criminalidade muito alta no Haiti, mas a situação está bem melhor do que estava há alguns meses", contou.
Segundo analistas, a contribuição dos soldados brasileiros foi fundamental no processo de pacificação de Cité Soleil, considerada a favela mais perigosa do Haiti.
Luíz Carlos da Costa falou sobre o trabalho das tropas brasileiras e de outros contingentes no local.
"É claro que a experiência brasileira contribuiu muito para isso mas é um esforço conjunto, eles fizeram um trabalho magnífico, conquistaram o coração da população, das crianças, das mães, das avós, e isso ajudou muito num determinado momento, onde a população começou a dar-nos informações sobre as actividades dos gangues. Mas temos que reconhecer a contribuição dos outros participantes da missão também", disse.
O relatório enviado ao Conselho de Segurança também ressalta as precárias condições das prisões haitianas.
A situação da segurança e dos direitos humanos nos presídios foi classificada por Ban Ki-moon de inaceitável.