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Sudão fez poucos progressos no combate à impunidade, diz Arbour

Sudão fez poucos progressos no combate à impunidade, diz Arbour

A alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Louise Arbour (foto), disse nesta segunda-feira, que o governo do Sudão não tem assumido suas responsabilidades no combate à violação dos direitos humanos na província sudanesa de Darfur.

Arbour afirmou que no Sudão há muito pouco progresso nos esforços nacionais para combater a impunidade.

Ela acrescentou que não houve redução de ataques aos deslocados internos, assim como de violações sexuais contra mulheres na região de Darfur.

A sessão do Conselho de Direitos Humanos está analisando também o papel dos relatores especiais e deverá debater detenções arbitrárias.

O embaixador de Angola nas Nações Unidas em Genebra, Arcanjo do Nascimento, disse à Rádio ONU, de Genebra, que o debate sobre direitos humanos deve ser mais abrangente.

"Os direitos humanos são indivisíveis e interdependentes porque não podemos falar só em direitos civis e direitos políticos, que é o enfoque que muitos dos Estados dão à questão dos direitos humanos. Temos que falar dos direitos humanos de uma forma global, dos direitos civis e políticos, mas também dos direitos económicos, sociais e dos direitos culturais. Por isso é que os países, particularmente os em via de desenvolvimento, colocam isso como uma questão fundamental", disse.

Ainda nesta segunda-feira, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon manifestou-se preocupado com o aumento da violência armada em Darfur.

Segundo Ban Ki-moon os combates teriam sido registados no norte de Darfur, nos dias 10 e 11 de Setembro.

Para o Secretário-Geral, a violência pode prejudicar o processo de negociações entre o governo do Sudão e grupos rebeldes marcadas para 27 de Outubro, em Trípoli, na Líbia.