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Making of da Assembléia Geral

Making of da Assembléia Geral

A 62ª. sessão da Assembléia Geral da ONU foi aberta em 18 de setembro em Nova York. A nova sessão anual é presidida pelo ex-embaixador macedônio, Srgjan Kerim. Uma semana após a cerimônia de abertura, começam os debates dos chefes de Estado e governo. O presidente do Brasil, por tradição, é o primeiro a discursar numa série de intervenções, que duram no máximo 15 minutos. A repórter Mônica Valéria Grayley confere alguns dos preparativos para a realização do evento.

Encontros Paralelos

A Assembléia Geral da ONU conta ainda com uma série de encontros paralelos. Somente neste ano, devem ocorrer mais de 80. E para cada um, é colocado em ação um grande aparato envolvendo protocolo, segurança e cobertura jornalística.

imageA correspondente da BBC de Londres, Laura Trevelyan, trabalha com a ONU há quase três anos, mas segundo ela a demanda por notícia durante o evento é incomparável.

A repórter da BBC diz que neste ano o evento lidará com alta diplomacia, como lembrou o próprio Secretário-Geral Ban Ki-moon. A jornalista britânica contou que durante uma semana todos os problemas do mundo se transferem para as Nações Unidas ainda que não sejam necessariamente todos eles resolvidos.

A correspondente conhece bem o prédio da ONU, onde trabalha há quase três anos. Mas a maioria dos jornalistas que vêm para a Assembléia Geral, muitas vezes, estão pela primeira vez em Nova York.

'História ao Vivo'

Somente neste ano, pelo menos 1,8 mil profissionais de imprensa se inscreveram para acompanhar o evento. Eu conversei com Gary Fowlie, chefe do serviço de credenciamento, que autoriza a entrada dos jornalistas no prédio.

image Fowlie explica que a Assembléia Geral é um momento de ver a História sendo escrita ao vivo. Segundo ele, o desafio é equilibrar a questão da segurança dos chefes de Estado e governo com a curiosidade dos jornalistas que estão sempre atrás da notícia.

Ele lembra que a segurança é prioridade quando existem mais de 100 chefes de Estado e governo circulando pelo prédio. De acordo com Fowlie, o serviço de imprensa quer que os jornalistas tenham acesso aos entrevistados, mas ao mesmo tempo é preciso garantir que os líderes sejam protegidos. Uma situação que pode causar um pouco de tensão. Mas segundo ele, no fim tudo termina bem.

Além de abrigar cerca de 2 mil correspondentes, o Departamento de Informação Pública tem que atuar na sua própria produção de informação através da TV ONU, da Internet e da Rádio ONU.

image Eu perguntei ao chefe dos operadores de áudio da Rádio ONU, Julio Martinich, o que muda na rotina da organização dos estúdios em épocas de debates na Assembléia Geral.

Julio está na casa há 37 anos e conhece bem os passos do evento e fala que além do aumento da demanda, o que muda também é o protocolo na hora de organizar os estúdios. Se é um presidente, um primeiro-ministro ou um embaixador que dará a entrevista, existe precedência, pois os líderes geralmente assumem muitos compromissos e têm uma agenda apertada quando estão em Nova York.

Transmissão Digital

Neste ano, mais de 20 linhas extras de telefone convencionais e digitais foram colocadas à disposição. Além de quatro cabines de gravação perto do local do hall da assembléia. Ele explica que a parte técnica do rádio faz todo o possível para acomodar a alta demanda por entrevistas e transmissões ao vivo para as emissoras em dezenas de países.

E se dentro do prédio a rotina muda, do lado de fora não é diferente. Muitas ruas perto da ONU são fechadas pela polícia para garantir a segurança dos mandatários. A 1ª. avenida é interditada durante todo o evento e outras nos arredores são fechadas parcialmente.

Pequenas transformações na rotina da cidade que os nova-iorquinos e vizinhos da ONU parecem tirar de letra. Afinal, não é todo dia que se tem a oportunidade de abrigar um evento desta magnitude e de reunir dezenas de líderes internacionais num debate histórico sobre como construir juntos um mundo melhor".