Conselho de Segurança faz reunião de emergência sobre Mianmar

O Conselho de Segurança da ONU anunciou uma reunião de emergência, nesta quarta-feira, para discutir a situação em Mianmar, a antiga Birmânia.

O governo birmanês impôs toque de recolher para conter os manifestantes. Segundo agências de notícias, pelo menos um monge foi morto nos conflitos. Mas a maioria dos manifestantes continua nas ruas.

O ex-relator especial das Nações Unidas em Mianmar, Paulo Sérgio Pinheiro, disse à Rádio ONU, de Genebra, que não descarta uma reação mais forte por parte das tropas birmanesas.

"Um dos cenários possíveis é certamente uma repressão severa. É claro que se tratando dos monges, o governo está calculando o risco que ele assume se fizer isso. Mas imagino que deva estar havendo pressões, em relação à algumas lideranças, enfim, o budismo não tem bispos, nem tem papa, mas tem alguns monges mais eminentes. Eu imagino que o governo esteja fazendo pressão para que eles atuem para que essas passeatas cessem", disse.

Nesta quarta-feira, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, informou que seu enviado especial, Ibrahim Gambari, viajará a Mianmar para discutir o assunto. O tema foi mencionado em vários discursos na abertura da Assembléia Geral, na terça-feira.

O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, disse que a União Européia está preocupada com a crise.

"As autoridades devem aproveitar a oportunidade para promover um genuíno processo de reconciliação política porque é isso que os direitos humanos e a democracia reclamam", disse.

Ainda nesta quarta-feira, a alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Louise Arbour, disse que o uso de força excessiva contra manifestantes pacíficos é totalmente proibido pelo direito internacional. Arbour falou que está preocupada com a situação de muitos dissidentes presos nas últimas semanas, como também com o bem-estar da líder da oposição e Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.