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"Seis Dias" após Quatro Décadas

"Seis Dias" após Quatro Décadas

Em 5 de junho fez 40 anos do início da Guerra Árabe-Israelense também conhecida como Guerra dos Seis Dias. O conflito, em 1967, foi travado por Israel contra três países: Egito, Jordânia e Síria. O Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon emitiu uma nota lembrando as vítimas. A Rádio ONU conversou com o palestino Hussam Zeidan e com o israelense Moshe Waldman sobre o tema.

Para o israelense Moshe Waldman, que viveu no Brasil, antes de retornar a Tel Aviv de vez, o conflito deixou marcas dos dois lados. Segundo ele, Israel decidiu-se pela guerra após atravessar uma fase de extrema insegurança por parte doz vizinhos árabes. Mas Waldman disse também que a vitória grandiosa, do ponto de vista militar, criou dificuldades políticas.

“Ninguém quer aceitar a paz após uma derrota desta magnitude. Eu creio que houve erros dos dois lados: uma intransigência por parte dos países árabes e uma certa arrogância por parte dos dirigentes de Israel, que se sentiram fortes após a vitória”, afirmou.

Hussain Zeidam, filho de palestinos que deixaram a região após 1948, disse à Rádio ONU, que guarda memórias um pouco diferentes. Segundo ele, os problemas teriam começado não em 1967, mas em 1948 quando foi criado o Estado de Israel.

“Israel entrou na Palestina duas vezes. A primeira em 1948 e a segunda em 1967. Eles querem mais. É este o ponto”, disse.

Zeidam, nasceu dois anos após a Guerra dos Seis Dias, mas disse que o assunto era presente nas conversas em família.

“Meus pais são palestinos. Eu nasci no Líbano, mas a Guerra dos Seis Dias sempre foi um tema na minha casa. Eu creio que isso aconteceu também porque Israel queria mais território”, opina.

Mesmo com todas as dificuldades de se chegar a uma paz duradoura, muitas iniciativas na região têm tentado promover a convivência pacífica. Segundo Moshe Waldman, o Centro Peres para a Paz, dirigido pelo Prêmio Nobel da Paz e ex-premiê de Israel, Shimon Peres, tenta reunir palestinos e israelenses em atividades comuns.

“Eu tento às vezes participar dessas atividades. No Dia da Inpendência, conheci uma família árabe e trocamos telefones. Eles me convidaram para a casa deles, mas na hora de chegar lá, a questão da segurança foi um sério empecilho e o encontro acabou não acontecendo. Mas eu tentei”, afirma.

Nações Unidas em Ação, produção da Rádio ONU em Nova York

Apresentação: Mônica Valéria Grayley

Produção: Sandra Guy e Eduardo Costa

Direção Técnica: Willie Correa