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ONU pede solidariedade internacional no Dia Mundial do Refugiado BR

ONU pede solidariedade internacional no Dia Mundial do Refugiado

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional que demonstre solidariedade a milhões de refugiados em todo o mundo. O apelo foi feito para marcar o Dia Mundial do Refugiado neste 20 de junho.

Segundo um relatório do Alto-Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, o número de refugiados cresceu 14%, em 2006, atingindo 10 milhões de pessoas. O Acnur afirma que que 80% são mulheres e crianças, e que esta alta se deve, principalmente, ao conflito no Iraque.

O Brasil abriga pouco mais de 3 mil refugiados, a maioria vem da Colômbia e da África. O representante do Acnur no Brasil, Luis Varese, falou à Rádio ONU, sobre o pacote de ajuda destinado a quem recebe asilo no país.

“Eles recebem uma documentação, é a proteção efetiva. O direito ao trabalho, têm uma carteira assinada, chamada carteira de trabalho. E depois durante seis meses, eles recebem uma ajuda de custo, que dependendo do número dos membros da família, vai entre os US$ 300 até US$ 500 por família”, disse.

Mas para Varese enquanto o Brasil oferece abrigo, os problemas sociais ainda representam barreiras.

Esse asilado congolês, que vive no Rio de Janeiro, disse que teve que mudar para uma favela por falta de dinheiro.

“Estamos a alugar dentro das favelas, onde é muito barato. Mas como é que eu vou pagar a casa, a moradia? Comer entre nós africanos, isso passa, mas moradia. Como se vai fazer? O problema de trabalho, o problema da violência, porque a gente também está dentro das favelas. Eu conheço uns amigos que já estão dentro desse meio paralelo”, declarou.

Segundo ele, por não entender bem o significado da palavra refugiado, muitos empregadores preferem não dar trabalho aos asilados. Ele vive no Brasil há quase dois anos e que, apesar dos problemas, pretende buscar os cinco filhos para viver no Brasil, que segundo ele, é um lugar rico em calor humano.

“As pessoas daqui são calorosas. Nunca vi, pessoas como eles, nunca vi. Nem te conhecem e te abraçam, nem te conhecem. São muito calorosos, calorosos mesmo”, explicou.

Além dos refugiados o Acnur também atende deslocados internos, o caso mais grave na América Latina é o da Colômbia com 3 milhões de pessoas por causa do conflito civil. Nesta quarta-feira, o chefe do Acnur, António Guterres, passou o dia em Juba, no sul do Sudão, acompanhando o retorno de 160 refugiados às suas casas na região.