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Perfil: José Ramos-Horta

Perfil: José Ramos-Horta

Futuro chefe de Estado (foto) ajudou a colocar o Timor-Leste no mapa do mundo; o repórter Eduardo Costa apresenta os detalhes da trajetória do Nobel da Paz.

Uma ex-colônia portuguesa, o Timor-Leste foi anexado pela vizinha Indonésia em 1975, e se tornou independente após um referendo da ONU em 2002.

Antes de retornar ao seu país de origem, onde desempenhou o cargo de ministro das Relações Exteriores, Ramos-Horta foi obrigado a viver 24 anos no exílio. Um périplo que o conduziu a quase todos os continentes ao passar pela Austrália, por Portugal e Moçambique.

O político de 57 anos, nasceu em Díli, capital do Timor-Leste, filho de mãe timorense e pai português. Ramos-Horta estudou Direito nos Estados Unidos. É fluente em cinco línguas.

Sua formação de advogado foi vital para o exercício de defesa do direito à independência de seu próprio país.

Enquanto vários membros da resistência à ocupação indonésia se reuniam no Timor-Leste, Ramos-Horta travava conversações com embaixadas em todo o mundo, e era presença constante nos corredores das Nações Unidas como representante permanente do movimento de independência do Timor.

A batalha pelo Timor-Leste deixou marcas trágicas na vida de Ramos-Horta. Entre os mortos pela violência entre timorenses e indonésios estão membros da própria família dele.

A luta daquele que um dia se tornaria presidente do Timor-Leste foi reconhecida internacionalmente com nada menos que o Prêmio Nobel da Paz em 1996, que recebeu ao lado do companheiro, o bispo Carlos Belo, considerado a maior liderança católica do Timor-Leste.

Durante a entrega do prêmio, a comissão do Nobel afirmou que o mesmo deveria servir para inspirar à solução da questão sobre o direito à autodeterminação do povo timorense.

Nos próximos cinco anos, Ramos-Horta terá a honra máxima conferida a um cidadão timorense: presidir seu próprio país de formas livre e democrática.

Da Rádio ONU em Nova York, Duda Baguera.