Brasil leva debate sobre situação de índios urbanos a Nova York
Os desafios enfrentados por índios brasileiros que migram para grandes centros urbanos é um dos temas da agenda informal do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas na sede da ONU.
Segundo o líder indígena Marcos Terena, que participa dos debates, existem atualmente 480 mil indígenas vivendo em aldeias, mas o número dos que saem para as cidades seria quase três vezes maior.
A escritora Tatiana Azambuja, autora do livro “Direito ao Pão Novo” falou à Rádio ONU, em Nova York, sobre a situação dos índios em Dourados, no Mato Grosso do Sul.
“E o que a gente percebe é que ele sai da aldeia porque ele não tem condições de sobrevivência ali. Realmente em busca de uma vida melhor, de melhores perspectivas de vida. E na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, nós sabemos o grande conflito fundiário que há ali. A falta de terra é muito grande e o preconceito também é muito grande. A discriminação que eles sofrem, eu acredito, que seja bem maior do que em Campo Grande que é a capital”, diz.
Um dos participantes do forum, o índio Pirakuman da Organização Indígena Portal do Xingu, no Mato Grosso, disse que não se adaptou à vida na cidade.
“Comecei a viajar desde de pequeno e ainda não me acostumo com essa idade. Trabalhei em Brasília 4 anos. Viver na cidade é ruim porque na cidade, vocês têm um costume diferente da gente. Vocês trabalham, sobrevivem com dinheiro a gente não. A gente fica livre na aldeia, então não tem aquela questão de dívidas, contas, na cidade é diferente”, afirma.
O Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas ocorre todos os anos na sede da ONU. A sessão deste ano, que reúne mais de mil indígenas, deve terminar nesta sexta-feira.