Fórum da ONU recomenda gestão sustentável de florestas

Centenas de representantes de governos e especialistas em meio ambiente reuniram-se em Nova York para debater um acordo de gestão sustentável para as florestas do mundo.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, alguns países estão revertendo a desflorestação, mas a perda total de área verde, em nível global, chegaria a 20 mil hectares por dia, o equivalente ao dobro do tamanho da cidade de Paris, na França.

O acordo propõe a articulação de uma estratégia clara para a gestão das florestas, promoção de incentivos e a integração da mata às economias nacionais.

Nesta entrevista à Rádio ONU, em Nova York, o governador do estado do Amazonas, Eduardo Braga, disse que as discussões não devem deixar de fora o futuro das populações que vivem ao redor da mata.

“A floresta é base de uma relação homem-natureza. O nosso governo do estado da Amazónia é extremamente comprometido com o desenvolvimento sustentável mas em cima de uma tese central, de que a natureza está sendo preservada pelo homem e para o homem. Portanto, nada nos adiantaria, ao governar o Amazonas, ao ter a honra de governar 1,5 milhão de m2, e não levarmos em consideração os homens e mulheres que ali vivem, e que precisam ter uma expectativa e uma possibilidade de vida completamente diferente do que vêm tendo ao longo dos anos”, explicou.

Um outro ponto debatido no fórum foi a exploração económica das florestas. Segundo Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisa da Amazónia, actividades agrícolas em torno da floresta e de venda de madeira são prejudiciais.

“As taxas de desflorestação na Amazónia, como um todo e não só na Amazónia brasileira, continuam excessivamente altas; e continuam numa rapidez como há 15, 20 anos. Portanto, a ameaça à floresta Amazónica ainda é actual e ainda é explicada pelos mesmos motivos de 15 a 20 anos atrás”, disse.

Ainda segundo o governador do Amazonas, Eduardo Braga, não deve haver dúvida de que a gestão sustentável não prejudica, mas sim beneficia a Amazónia e seus habitantes.

“O Amazonas não é um estado com base agrícola, o Amazonas é um estado com base industrial com medidas de desenvolvimento limpo muito clara. E esperamos poder contribuir dessa forma para que o desenvolvimento sustentável possa valorizar os aspectos sociais de forma correcta para aquele povo que merece essa atenção e esse respeito da humanidade”, disse.

O Fórum Mundial sobre Florestas terminou em 27 de Abril com uma proposta de tornar 2011, o Ano Internacional das Florestas.