ONU marca Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o mundo tem que erguer a voz contra qualquer forma de intolerância e discriminação.
A data relembra a morte de 69 manifestantes que protestavam de forma pacífica contra leis raciais em Sharpeville, na África do Sul.
Eles foram mortos pela polícia sul-africana em 21 de Março de 1960.
Neste ano, o tema “Racismo e Discriminação – Obstáculos ao Desenvolvimento” pretende chamar a atenção para a ligação da intolerância com a falta de progresso.
O refugiado angolano Eulálio Inácio, de 23 anos, vive no Brasil há seis, e disse que às vezes, ainda sente preconceito.
“A gente estava num orelhão e esse orelhão estava na frente de um banco. Aí, enquanto a gente estava conversando, os policias encostaram. Eu nunca tinha sido abordado, não sabia como é que funcionava. Olhei para o meu primo e perguntei: “o que está acontecendo”? A gente tava com documento, mostramos os documentos e eles disseram: “Ah, desculpas. O gerente do banco nos acionou, porque vocês já estão aqui há muito tempo”. Aí, eles acham que, por estar na frente de um banco, o negro vai querer assaltar alguma coisa. Eu fiquei indignado” disse.
Segundo Inácio, o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial ajuda a promover a reflexão sobre os efeitos negativos do preconceito.
“Esse dia seria importante para as pessoas pensarem antes de discriminarem alguém. Se a gente for analisar, não é só o negro que rouba, não é só o negro que está à margem da sociedade. Mas as pessoas não vêem isso. Eles vêem que onde tem negro, deve haver criminalidade. E eu acho que não é isso. A gente tem coisa melhor para mostrar para as pessoas que pensam a respeito da gente”.
Na mensagem oficial, o Secretário-Geral da ONU disse que o número de incidentes de racismo, discriminação racial e xenofobia está aumentando em várias partes do mundo.