Tuberculose aumenta na África em pacientes de SIDA, diz OMS
A Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou que quatro novos medicamentos foram acrescentados à lista de remédios para tratamento da tuberculose.
O enviado especial do Secretário-Geral da ONU para o Combate à Tuberculose, Jorge Sampaio, disse nesta entrevista exclusiva à Rádio ONU, que a tuberculose mata 5 mil pessoas por dia.
“Em primeiro lugar, a tuberculose é uma doença curável. Ela é uma doença curável por medicamentos de primeira linha, digamos assim. Se o tratamento é interrompido, os pacientes podem desenvolver uma tuberculose multiresistente a esses medicamentos de primeira linha. Aí, há uma segunda linha de medicamentos que nessa altura, pode intervir”, disse.
Segundo o ex-presidente de Portugal, Jorge Sampaio, a falta de comunicação e notificação sobre os casos de tuberculose agravam ainda mais a situação da doença.
"Eu não posso permitir que haja uma pessoa que esteja com tuberculose e – como Serviço de Saúde - não saiba. Ela é uma doença diagnosticável, e tratável e precisa ser contida com rapidez porque tem um contágio muito forte. Por isso é que se diz sempre que há aqui uma grande responsabilidade humana, porque se tenho um paciente com tuberculose que vai e não volta, quando voltar, por ventura, daqui a 3 meses, ele já terá desenvolvido uma tuberculose multiresistente que é muito mais complicado", disse.
A OMS afirma que a tuberculose está aumentando na África em pacientes de HIV/SIDA. Segundo a OMS, poucos seropositivos se submetem aos testes de tuberculose no continente, que é o mais afectado pela doença.
Uma outra preocupação da OMS é a chamada tuberculose ultra-resistente, que foi registrada em 26 países incluindo os 8 mais industrializados do mundo.
Segundo a OMS, a epidemia se estabilizou, pela primeira vez, desde 1993. A agência da ONU sugere que a doença alcançou seu índice mais alto em 2005, com quase 8, 8 milhões de casos, e 1,6 milhões de mortes.