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Roberto Mercado, 24/01/07

Roberto Mercado, 24/01/07

O chefe do programa mundial de projetos da FAO, Roberto Mercado, disse à Rádio ONU, que o governo brasileiro tem desempenhado um papel importante no combate à fome no país.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, anunciou que introduzirá mudanças na gestão de seus programas de ajuda.

Segundo a FAO, um terço da ajuda global, equivalente a US$ 600 milhões, se perde anualmente no processo de aquisição e transporte dos produtos.

O chefe do programa mundial de projetos da FAO, Roberto Mercado, disse à Rádio ONU, que o governo brasileiro tem desempenhado um papel importante no combate à fome no país.

“O Brasil é o segundo maior exportador de comida do mundo e os países da América Latina em massa, quase a totalidade, eu diria 99%, não têm o problema de produção de alimento. Aqui, há um problema de distribuição de alimentos e acesso a alimentos. Se perde quase 30%, de acordo com as as estatísticas que estamos trabalhando, do que se produz, antes de chegar ao consumidor”,disse.

Mercado também falou sobre a situação da segurança alimentar na África, onde se concentram os casos mais graves de fome.

“A segurança alimentária que Moçambique está alcançando é bastante notável, se comparada com o continente africano. O mesmo princípio se aplica a Angola, que é um país extremamente rico em recursos naturais, que não tem um problema de produção, talvez tenha um problema mais de acesso e de infraestrutura que, pouco a pouco, o governo angolano está desenvolvendo. O resto da África, a base subsaariana, por situações – mil questões politicas, sociais e instabilidade é, principalmente, a parte mais vulnerável em termos de segurança alimentar no mundo, hoje”, afirmou.

Segundo a FAO, cerca de US$ 2 bilhões de dólares são atribuídos anualmente em ajuda alimentar para mais de 200 milhões de pessoas carentes no mundo.