Sudaneses deixam terras centro-africanas após uma década de exílio
Acnur quer processo de reintegração seguro e inclusivo para centenas de pessoas que regressam a Darfur; última etapa de transferência envolveu 66 voos fretados em menos de um mês.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
A saída voluntária de 1,4 mil pessoas repatriadas para a região sudanesa de Darfur marcou o fim de 10 anos de asilo na República Centro-Africana.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, garantiu este fim de semana a transferência dos cidadãos sudaneses que viviam no acampamento centro-africano de Pladama Ouaka, em Bambari, para a área de Dafag.
Voos fretados
A operação iniciada a 12 de dezembro passado, envolveu um total de 66 voos fretados. Em território centro-africano continuam 194 refugiados sudaneses, que correspondem a 70 famílias, que optaram por permanecer.
O conflito entre as forças sudanesas e grupos armados provocou o êxodo da área de Darfur Sul para a República Centro-Africana. Uma década depois, os refugiados manifestaram vontade de voltar à casa porque melhorou a segurança e avançou o desarmamento dos grupos armados nas suas áreas de origem.
Parcelas de terra
Além de garantir o transporte aéreo e terrestre dos retornados, o Acnur ofereceu um pacote para financiar a reintegração dos sudaneses.
Nas suas áreas de origem, cada pessoa recebeu parcelas de terras, artigos não alimentares e dinheiro para apoiar na construção.
O Programa Mundial de Alimentação, PMA, participa na iniciativa com uma ração alimentar suficiente para dois meses. As autoridades locais deverão fornecer terra para que os repatriados pratiquem a agricultura.
No terreno, o Acnur ajuda a melhorar os serviços de saúde enquanto espera que o Governo do Sudão implemente as normas internacionais sobre o retorno dos refugiados que incluem as amnistias.
O Acnur continuará a acompanhar a situação de repatriados de Dafag para assegurar um processo de reintegração seguro e inclusivo.
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