Nações Unidas continuam monitorando situação do Irã
Representante do Departamento de Assuntos Políticos fala ao Conselho de Segurança sobre importância das autoridades tratarem as preocupações da população por meios pacíficos; mais de 20 morreram nos protestos.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
Os protestos anti-governo parecem ter diminuído no Irã, mas mesmo assim, a ONU continua monitorando a situação e está em contato com as autoridades do país para que as preocupações da população sejam tratadas de forma pacífica.
Essa foi a principal mensagem que o secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos da ONU levou ao Conselho de Segurança. Tayé-Brook Zerihoun participou de uma reunião no órgão na tarde desta sexta-feira.
Mortes e prisões
Ele falou sobre a situação no Irã desde que as manifestações começaram no dia 28 de dezembro, quando centenas de civis se reuniram em Mashhad, a segunda principal cidade do país, protestando contra a economia.
Segundo Zerihoun, relatos da mídia iraniana confirmam a morte de mais de 20 pessoas, incluindo um adolescente e um policial. Ele destacou que o Ministro do Interior do Irã teria confirmado a prisão de mais de mil manifestantes, apesar de muitos já terem sido libertados.
Dimensão da violência
As manifestações foram acontecendo em outras cidades, incluindo a capital Teerã. Muitos lamentavam a falta de liberdade política e a falta de condições sociais. O representante do Departamento de Assuntos Políticos explicou ao Conselho de Segurança que a ONU tem uma “presença limitada no Irã, por isso não pode confirmar nem negar a dimensão da violência”.
Durante a reunião, Zerihoun explicou que no dia 31 de dezembro, o presidente iraniano Hassan Rouhani teria afirmado que a população “deveria ter espaço para protestar e criticar o governo e que a violência não seria tolerada”.
No dia 3 de janeiro, as Guardas Revolucionárias Iranianas anunciaram o fim das manifestações, mas relatos indicam que os protestos agora são menores e mais dispersos. Nos últimos dias, foram observados manifestantes nas ruas condenando a violência.
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