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Escritório da ONU na América do Sul lamenta perdão a ex-presidente do Peru

Escritório da ONU na América do Sul lamenta perdão a ex-presidente do Peru

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Alberto Fujimori, que cumpria pena de 25 anos de prisão por corrupção e violação de direitos humanos, recebeu benefício com base em razões humanitárias.

Manuel Matola, da ONU News em Nova Iorque.*

O Escritório de Direitos Humanos da ONU na América do Sul condenou a decisão do presidente do Peru de conceder perdão ao ex-líder do país, Alberto Fujimori.

Em comunicado, o representante do Escritório, Amerigo Incalcaterra, afirmou que “a concessão de indultos é uma prerrogativa que exige uma análise rigorosa em cada caso”.

Protestos

Fujimori cumpria pena de 25 anos de prisão após ser condenado por violações de direitos humanos e crimes de corrupção.

O perdão foi anunciado pelo presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, no domingo, véspera de Natal.

Segundo agências de notícias, milhares de pessoas teriam saído às ruas no Peri para protestar contra a decisão presidencial. Mas a polícia lançou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.

Seriedade

Incalcaterra afirmou que “as decisões das autoridades devem sempre respeitar a obrigação do Estado de investigar, processar e punir as violações dos direitos humanos, evitando qualquer situação que possa levar à impunidade”.

O representante do Escritório de Direitos Humanos da ONU para a América do Sul considerou que a sentença contra Fujimori “representou um marco histórico para o Peru e a região latino-americana na luta contra a impunidade por graves crimes contra os direitos humanos”.

O responsável lembrou que o Alto Comissário para os Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, visitou o Peru em outubro de 2017 e que, na altura, disse às autoridades peruanas que, devido à seriedade do caso, os crimes cometidos por Fujimori "são do interesse da comunidade internacional como um todo", pelo que "a comunidade internacional deve estar envolvida” nesse processo.

*Apresentação: Monica Grayley.

Photo Credit
Conselho de Direitos Humanos da ONU. Foto: ONU/Elma Okic